sábado, 28 de fevereiro de 2009

onde os anjos não ousam pisar - nasi


Equilibrado na beirada do abismo
quem sabe caia ou talvez vá voar.
Noite cerrada, ferro, fogo, batismo,
anjo nenhum vai conseguir me escorar!
Vai com açúcar ou prefere adoçante?
Anjo-da-guarda se recusa a provar

(Refrão)
Nada a perder, nada a ganhar.
Enlouquecer ou delirar.
E eu ainda insisto em andar
onde os anjos não ousam pisar.

Na matinê morro de tiro ou de tédio.
Se Deus morreu quem é que vai me enterrar?
Prefiro o brilho do meu próprio remédio.
Anjo-da-guarda se recusa a olhar.
A camisinha você trouxe, meu bem?
Deixa, meu anjo, que eu não vou gozar.

(Refrão)

Alma vazia, vendi todos os móveis.
Levei na troca pó-de-pirlimpimpim.
Luz na neblina, solidão, automóveis,
molhado asfalto das esquinas de mim.
Abandonado por meu próprio destino,
fazendo força pra seguir sem pensar.
Dentro do peito agonizando o menino
que se perdeu porque não soube chorar.
Se não tem cura eu toco um tango argentino
olhando o anjo que não sabe dançar.

(Refrão)

Onde eu passo sem ter que pensar
nenhum anjo consegue voar...

letra - nasi
disco - onde os anjos não ousam pisar
ano 2008

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

dia chuvoso



Cerveja quente, dia chuvoso.
Pelo menos hoje não esta tão calor.
O destino conspira contra mim,
O tempo corre no relógio esgotando
As minhas possibilidades de ter sucesso
Como gari, como contador ou contador
De historias ou como qualquer coisa.
Passado remoto remonta meu dia a dia
Fazendo o terror constante e perene
Transformar minha vida inútil num
Inferno privado. Pensamentos auto destrutivos
Descem pela privada do meu cérebro.
O complexo de Bukowski ataca muitos
Que pensam que podem escrever, inclusive eu;
O sentido que posso estar fazendo papel de ridículo
Escrevendo, me expressando de alguma forma
Não me aterroriza tanto quanto o papel de imbecil
Que já passei na vida. Amores perdidos, amigos e inimigos
Que me amam e me odeiam consomem minha alma
Que procura um oásis das idéias para ter uma folga
Desta vida maluca. Bebidas de mais, sono de menos
E pensamentos obscenos que remontam uma vida
Sofrida e desperdiçada. Anos perdidos, anus fodidos
E muita loucura me faz querer mais e menos
Ao mesmo tempo, só paz e serenidade. Sem nada
Para fazer a não ser ter tempo o suficiente de viver
Um aguardado e muito merecido amor de verdade.

Marcelo riboni.
16:15hrs
23/02/2009

http://recantodasletras.uol.com.br/autores/omardito

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Carona Maldita


Caindo a noite, sol no horizonte por entre as montanhas com aquela luz de poente. Cenário perfeito para um poema pensou John enquanto sintonizava a radio do seu caminhão atrás de uma musica decente. Achou uma estação de rock, estava tocando “The Doors”; “Roadhouse Blues”. John olhou para estrada curtindo o som da sua época, “anos 60. grande época para o rock. Depois virou tudo barulho” pensou ele. Começou a cair a noite e o sol deu lugar a uma lua cheia. John tomou um rebite para ficar atento, já que estava na estrada por mais de 30 horas. Tinha que entregar uma carga daqui a 46 horas. Não tinha tempo para dormir. Seguiu por uma estrada vazia, sem nenhuma casa por milhas e só que iluminava a estrada eram as luzes de seus faróis. A radio que ouvia saiu do ar fazendo BZZZZZZ...John deu uns tapinhas na antena interna do negocio e voltou a tocar. Desta vez “the turtles”; “guide for a married man”. John já foi casado uma vez. Casou com uma maluca, bêbada que passava o dia todo vendo televisão e bebendo cerveja enquanto ele trabalhava dia e noite numa fabrica de sapatos. Um dia John se sentiu mal e voltou para casa e pegou a esposa com o vizinho maconheiro na cama. Acabou sem casa, sem esposa, sem vizinho. Comprou um caminhão e esta desde então virando o país de ponta a ponta. Já rodou da florida ao Alasca. De los Angeles a nova York. Pensando naquela situação da esposa ele fica deprimido. Com vontade de chorar. Quando vê na estrada uma garota de uns 18 anos, mas com cara de menos pedindo carona. Ele pondera “será que para? Esta estrada vazia e sem ninguém por perto, ela nunca vai conseguir carona”. E então parou. Botou a cara na janela e perguntou:
- Esta pedindo carona, minha jovem?
- Não, estou tentando morrer de fome aqui. Pode ser?
- Esta de piada. Sobe aí! Para aonde?
- Para bem longe. Dá para ser?
- É para lá que vou mesmo. Mas me diz, qual é sua idade? Você me parece bem jovem.
- Tenho idade o bastante tio. E você é um destes tarados que pegam pessoas na beira da estrada e fazem horrores? – e sorriu com MUITA malicia.
- Que é isso menina, me respeita... – e a jovem meteu a mão na radio e começou a procurar uma outra estação – opa, opa, opa. Aqui quem manda sou eu. Não mexe ai, não.
- Qual é seu nome, titio?
- John e o seu, menininha?
- Mary. O que tem ai na carreta titio?
- Cala esta boca. – a garota esta fuçando em tudo pela cabine do caminhão – não mexe ai garota.
- Nunca estive numa boleia de caminhão. Aquilo é uma cama ali atrás? Que legal isso é uma casa quase.
- Esta é minha casa – disse John a garota – e você é minha convidada.
A garota colocou numa radio de musica de jovem, britney spears, lilly Allen e amy winehouse. John começou a ficar incomodado com aquele lixo sonoro. A garota estava atirada na cama da boleia. Começou a arriar as calças, John só de olho pelo espelho retrovisor para garota que ficou só de calcinha e de camiseta. John ficou excitado mas estava na duvida. Ela parecia muito jovem e podia dar problemas sérios um movimento errado. Quando de repente ele encosta o caminhão no acostamento da estrada vazia. Já passava da uma e não tinha nenhum sinal de vida por quilômetros. Pulou para cama da boleia e baixou as calças. A garota sorriu e pegou no pau do John e fizeram sexo por horas. A garota caiu no sono depois e ele voltou ao volante. Depois de um tempo a garota acorda e fala:
- Titio, estou com fome. Encosta a vamos comer algo.
- Não sei. Não sei. Tenho que cumprir meu horário. Mas verei o que posso fazer.
Quando estava nascendo o sol John encostou num posto de gasolina e entraram. A Mary pediu panquecas, suco de laranja e depois sorvete se chocolate. John ficou no café preto sem açúcar. A garota comeu desvairadamente, parecia morta de fome e quando acabou falou:
- Eu estava lá ontem te esperando, sabia?
- Ah é? – John achando graça da piadinha.
- Sim, John Mcandrew, sua ex esposa, Julie me mandou estar lá.
- Julie, hein? Como anda ela?
- Não enrola, você não sabe de nada. Somos uma seita, seita macabra. Ela é nossa profetiza. Diz que você é o pai de todo mal do mundo. Que devia ser eliminado a todo custo em prol da humanidade.
- Esta Julie, cada vez mais doida. Hahahaha – deu gargalhadas – vamos embora. Já paguei a conta.
- Cala boca seu demônio. – e foram saindo do restaurante – você vai pagar por ter trazido o mal ao mundo.
No estacionamento do posto Mary saca um revolver 38 e da seis tiros em John e some correndo pela estrada. Chegam a policia, para-médicos e John antes de morrer diz:
- Aquela vaca louca me matou com minha arma. Julie, novamente a culpa é toda sua.