terça-feira, 24 de junho de 2008

o coração no lugar errado.


Meu nome é Gulart mas me chamam de lesma, não perguntem o motivo é apelido de infância. Sou um detetive particular e estava na cola de um vigarista vagabundo que vendeu um carro palio 98 para quatro pessoas diferentes, e é claro nenhum levou o carro. Que deve estar rodando pelas ruas do Paraguai neste momento. Um desses infelizes foi meu cliente mais antigo, Eberson Faria, que para variar não iria me pagar pelo serviço, mas pelo menos posso cobrar parte desta divida em bebidas e coxinhas de galinha no bar dele. Estava atrás desse pilantra ordinário que fez a falcatrua com o Eberson faziam cinco dias, batendo de porta em porta, perguntando por ele no bairro que supostamente morava. Vagabundo também tem lei, quem pensa que não esta errado, é a lei do silencio. A pior coisa para estes tipos é entregarem os companheiros para a lei. No sexto dia , depois de passar por amigo antigo, cobrador, pastor evangélico, cheguei na casa da ex mulher dele. Imaginei que ela podia ser de alguma ajuda para achar este bunda mole chinfrim, que queima o filme por 4.000$. Cheguei lá na casa dela, que diziam se chamar Carla, por volta de seis da tarde. Bati na porta, nada. Bati de novo, silencio. Gritei na janelinha da porta – Ô de casa!!!, estou atrás do Juvenir. Sou um velho amigo dele!!! – quando abre a janelinha, vejo um rosto que pelamordedeus, era uma beleza de mulher, devia ter por volta de 22 aninhos, cabelos castanhos quase loiros, enrolada numa toalha e secando o cabelo com outra. E disse ela:
– o que você quer?
Totalmente sem jeito e desconsertado falei meio gaguejando
- estou atrás do Juvenir, me disseram que ele devia ser casado com a sua mãe.
- minha mãe? Hahahahaha. Não, era meu marido mesmo.
Putz, pensei, este vagabundo só podia passar 171 nos outros para ter uma mulher destas. Deve ter um senhor papo. E recomecei:
- bom, desculpe, mas sou um velho amigo do Juvenir. Lembrei que ele ficou com uns Cd’s meus e queria eles de volta. Ele esta?
- não, não mora mais aqui faz mais de seis meses. Espera um pouco que vou me vestir e já falo com o senhor.
- senhor nada, pode me chamar de...- e ela foi indo para o quarto e não me ouviu terminar a frase – Jackson. – menti meu nome, claro.
Dez minutos depois voltou ela com uma bermuda e uma camiseta do Jimi Hendrix velha e ainda secando o cabelo com a toalha e logo disse:
- bom,senhor, qual é seu nome mesmo?
- Jackson.
- bom senhor Jackson, ele não mora mais aqui como disse e não sei aonde ele esta agora.
Nesta altura do campeonato Juvenir que fosse para o inferno e Eberson também . Afinal ele tem dinheiro e não vai morrer de fome por esta besteira. Eu por outro lado fazia algum tempo que não via uma belezinha destas e decidi investir nisso. Falei:
- opa, desculpe, mas estou morto de sede. Não tem um copo de água?
Ela fez que sim com a cabeça e se dirigiu para cozinha, eu fui atrás. Ela foi dizendo enquanto pegava a água na geladeira
- conheço o Juvenir desde pequena e não lembro de você. Conhece ele de onde?
- conheci ele faz uns quatro anos, na igreja. – esta sempre cola, vagabundo adora igreja para pedir proteção. E para ver se encerrava o assunto comecei a beber.
- hahaha!!! Juvenir em igreja? você esta mentindo.
- desculpe, sou cobrador, não queria te assustar. Mas ele não pagou umas dividas com meu cliente. Nada importante, mas trabalho é trabalho.
- sei – disse ela, não parecendo nada surpresa com isso. – já vieram outros aqui fazer isso. Este caloteiro só me trouxe problemas. Ainda esta com sede? Bebeu muito rápido. Não quer mais um pouco?
Queria esta na cama com VOCÊ pensei na hora.
- nah, já estou bem. Mas e esta camisa do Jimi? Curte ele?
- claro, ele é ótimo. Você também gosta?
- sim, muito. Alguns dos Cds que o Juvenir pegou meus eram do jimi, sabia? Coisa rara. Por isso queria de volta.
- sei – falou – mas o senhor...desculpe, jackson – e deu um baita sorriso, que dentes observei, branquinhos, simétricos, que davam um aspecto de anjo a ela e queria naquela hora grudar minha boca na dela ali mesmo e deixar este blá blá blá para lá. – quer ver minha coleção de cds?
Vendo ali uma brecha para um contato mais “direto” e como entendido no assunto musical, achei que podia dar uma aulinha a ela tanto de “contato direto” como de musica. Rá, vai ser moleza isso. Pensei eu. Fomos ate o quarto onde ela tinha uma modesta coleção de cds. Nada requintado, mas objetiva. Alguns cds de rock, nada nacional, vi logo de cara isso, muita coisa do Red Hot Chili Peppers, Led Zepelin, vários do Jimi Hendrix, Roling Stones, Elvis Costello, Nick Cave And The Bad Seeds, era mais ou menos isso. E comecei minha “aula” para ela que parecia muito interessada no que eu tinha a dizer.
- qual é seu disco favorito? – perguntei logo de cara.
- hummmm, acho que é este aqui! – e pegou um do Jimi, chamado “radio one” – conhece este?
- sim, muito bom. Neste ai tem varias raridades do Jimi, até uma versão de “Hoochie Koochie Man”, musica do Willie Dixon que o Muddy Waters toca. Clássico . Além de “Hound Dog” do Elvis, e “Day Tripper” dos Beatles. Ótima escolha.
- hummm – fez ela e sentou do meu lado encostando a coxa com a minha coxa. – você gosta mesmo de musica, hein? – e deu um risinho.
Agora vem a cena canastrona, parti para o ataque direto depois desta abertura que ela me deu.
- a musica e o sexo são coisas muito pessoais, e a musica certa faz o sexo dar certo. Você gosta?
- do que? Musica ou sexo?
- você decide, coração! – e beijei-lhe a nuca.
- nossa, você é apressadinho, hein?
- “quem sabe faz a hora, não espera acontecer” conhece esta? – falei com um sorriso sacana, e beijei-lhe a boca.
- não, de quem é? – disse ela me abraçando.
- sei lá, dos irmãos metralha, eu acho. – disse tirando a camisa do Jimi dela.
- engraçadinho, hein? Você gosta de uma sacanagem? – falou ela com um sorriso tirando minha camisa.
- depende muito da sacanagem, mas com você agora topo ate dançar “é o tcham” que é contra minha religião.
- Que tal esta? – e tirou de trás da cabeceira da cama um par de algemas.
- preparada você, puta merda! – praguejei, mas altamente excitado.
- sempre alerta! Sabe de quem é esta? – perguntou ela.
- deve ser dos irmãos metralha também. – eu disse, assumindo a posição para ver o “tcham” dela em cima do meu.
- ahahaha – ela riu e me algemou na cama. – esta pronto para uma surpresa agora?
- quantas você tiver, carlinha. Vamos de uma vez. Estou doido por você.
- só um minuto, já volto. – disse ela e saiu.
Porra um minuto para que AGORA, neste exato minuto, o que pode ser mais importante que isso, pensei. Nu e algemado na cama.
Deu uns três minutos e volta ela com um cara junto.
- é este aí que vinha atrás de você, Juvenir. Saquei tudo quando ele se enrolou com as historias de cobrador com a de amigo.
- hum e agora o que faremos com ele – perguntou Juvenir louco para ver meu sangue.
- vamos dar uns telefonemas primeiro, depois resolvemos isso. Você não vai a lugar nenhum, não é nenê? – e mandou um beijinho para mim, esta vaca imunda que me enrolou direitinho.
Enquanto estavam telefonando notei as chaves das algemas na beira da cama, alcancei elas com os dedos do pés. E arrastei ate conseguir pegar com uma das mãos que estavam presas somente na madeira da cabeceira que permitia que me mexesse.
Soltei as algemas me vesti e pulei pela janela e sai correndo feito doido para o mais longe possível. Como dizia no filme que eu vi uma vez “ armas não matam detetives, o amor sim”...
24/06/2008 - 23:00

quinta-feira, 19 de junho de 2008

many shades of black - raconteurs


Vá em frente, vá em frente, vá em frente
E arrebente tudo no chão
Pegue o que sobrou e
E leve-o com você pela porta…

Veja se eu choro
Veja se eu derramo uma só lágrima de lastima
Eu não posso dizer que tenha sido tão bom
Não, de fato tem sido um ano livre desperdiçado

Todos vêem
E qualquer um concorda
Que eu e você estamos errados
E tem sido assim por muito tempo

Aceite como é
E seja agradecido quando terminar
Existem muitas maneiras de agir
E existem muitos tons de preto
Existem muitos tons de preto
Existem muitos tons de preto

desabafe (desabafe totalmente)
Diga o que se passa na sua cabeça
Você pode chutar e gritar
e berrar e dizer coisas
que são tão grosseiras

Yeah,
Veja se eu me importo
E veja se eu permaneço firme ou se eu cedo
Porque no fundo da minha mente,
E na ponta de minha língua
Esta a resposta para isso tudo...

Todos vêem
E qualquer um concorda
Que eu e você estamos errados
E tem sido assim por muito tempo

Aceite como é
E seja agradecido quando terminar
Existem muitas maneiras de agir
E existem muitos tons de preto
Existem muitos tons de preto
Yeah, existem muitos tons de preto

Todos vêem
E qualquer um concorda
Que eu e você estamos errados
E tem sido assim por muito tempo

Aceite como é
E seja agradecido quando terminar
Existem muitas maneiras de agir
E você nao pode toma-lo de volta
Não, você não pode toma-lo de volta
Existem muitos tons de preto,
Existem muitos tons de preto,
Yeah, existem muitos tons de preto
Existem muitos tons de preto
Existem muitos tons de preto
Yeah, existem muitos tons de preto
Existem muitos tons de preto
Yeah, existem muitos tons de preto
Existem muitos tons de preto

Vá em frente.

musica - many shades of black
artista - raconteurs
disco - consoler of the lonely
data do lançamento - 2008

terça-feira, 3 de junho de 2008

eu sou o maior cara que conheço.


Sentado aqui nesta sala de paredes mal pintadas e com moveis destruídos pensando em tudo que houve, chego de leve a dar um sorriso amarelo. Algumas coisas TEM que acontecer para algumas pessoas ou ao menos estas certas pessoas TEM que passar por fortes provas de caráter na vida. Foi de dificuldades que o mundo foi construído, como diz o velho ditado “ a rapadura é doce, mas não é mole não”; então só posso de certa forma agradecer por tudo que passei nesta vida dura que Deus me apresentou. Não podem ser sem lagrimas nos olhos que eu lembro de tudo que me aconteceu nos últimos seis meses e as marcas que me deixaram no coração e os males que se instalaram no âmago do meu ser, mas tudo muito justo no modo que eu vejo as coisas, repito algumas pessoas TEM que passar por provas de fogo para alcançar o seu fim por melhor ou pior que sejam as suas implicações. Dizem que nós não nascemos com alma, nós a conquistamos. Mas isso é uma questão para filósofos de plantão, voltemos a questão.calma, amigo leitor, já chego lá. Só são precisos algumas considerações para que o amigo leitor não faça idéia errada de quem esta contando esta historia. Sempre me vi como justo e amigável, dei e recebi muitas coisas na vida, amizades, dinheiro, posição social, carros e casas. Mas tem outro ditado que diz “para os amigos o certo, para os inimigos justiça”; esta é bem a frase que se encaixa na minha historia. Para os dois lados que podem deixar abertos esta frase. Na vida a gente perde e ganha, algumas vitórias nos fazem gigantes e algumas derrotas nos deixam abaixo do cu do cachorro. Posso dizer que vivi dos dois lados desta frase e sei a verdade contida nesta afirmação. Bom já falei demais, vamos aos fatos.
Eu era um jornalista ate que bem respeitável num jornal de media tiragem, mas que tinha um publico cativo, e de certo destaque na sociedade local. Comecei como repórter policial, passando noites e noites em claro de plantão numa delegacia no centro. Aos poucos foi melhorando as coisas, passei para setor político onde fiz amizades das mais variadas e ate seis meses atrás tinha a mamata de fazer só o editorial do jornal de domingo. Nunca tive problemas com o trabalho, sempre foi um prazer para mim poder exercer a profissão que sempre quis,enquanto muita gente acorda para fazer um trabalho que odeia . Me sentia um privilegiado por isso. tinha uma ótima relação com meus colegas de trabalho. Tudo corria as mil maravilhas para mim, mas nunca aprendi a manter o olho no padre e outro na missa. Chegando em casa um dia, depois de mais um dia jogando paciência o dia todo no trabalho e fazendo cara de ocupadíssimo, cheguei em casa e não tinha ninguém, chamei por minha mulher e ninguém respondeu. Olhei no quarto do meu filho e nada. Ninguém em casa. Ótimo isso, vou sentar para ver tevê e tomar uma cerveja em paz , sem ninguém para me aporrinhar o saco. Tirei o paletó no meu quarto amplo e muito bem mobiliado. Sentei na cama tirei os sapatos e depois deitei um pouco na cama, ouvindo o silencio da casa. Coisa rara naquele tempo, filho de dez anos correndo para lá e para cá, fazendo algazarra. Minha mulher já preparando a janta na cozinha vendo novela das seis. Mas hoje só havia o silencio( hoje eu sei que era a calma antes da tempestade) desfrutei daquele privilegio por uns quinze minutos e já descalço e sem gravata fui a cozinha. Cheguei lá e foi aí que tudo começou. Tinha um bilhete na porta da geladeira escrito com letras garrafais “ REGINALDO ISSO NÃO TEM DESCULPA!!! NÃO TOLERO MAL CARATISMO, SEMPRE FUI UMA ESPOSA FIEL, MAS ISSO PASSOU DOS LIMITES!!! PEGUEI MINHAS COISAS E FUI EMBORA, MEU ADVOGADO VAI ENTRAR EM CONTATO COM OS PAPEIS DA NOSSA SEPARAÇÃO!!! NÃO TENTE ME ACHAR, EU TENHO ASCO DE VOCÊ!! SEU FILHO DA PUTA!”. “Porra será que ela descobriu sobre a Claudia? Impossível, a Claudia nem sabe que sou casado”. Ficou sem palavras, pegou a cerveja e foi para a sala. Sentou na poltrona e ate esqueceu da tevê, ficou pensando no que tinha causado aquela situação. Não tinha resposta. Tomou diversas cervejas ate as dez da noite, ai partiu para o whisky ate as onze quando capotou ali na poltrona mesmo, com meio copo de whisky sem gelo. Acordou lá pelas oito e meia da manha nem sequer fez a barba e foi para o trabalho. Chegou lá deu o seu tradicional bom dia para o porteiro que estava ali desde a fundação do jornal há trinta anos e este nem respondeu. Muito estranho isso, pensou na subida do elevador ate o décimo andar onde ficava sua sala. Chegando lá, a secretaria lhe informou que o diretor queria ter uma palavra com ele. Botou a pasta em cima da mesa e foi ate a sala do diretor, que logo que o viu pelo vidro da sala de espera mandou entrar imediatamente. “Reginaldo, há quanto tempo nos conhecemos?vinte anos, não? Desde aqueles temos das noites de plantão na delegacia, não é?” “sim, eu acho que sim, Humberto. O que esta havendo?”. “hoje recebemos um pedido lá de cima para te despedir, disseram que não era para perguntar o motivo, mas que não podíamos mais ter você entre nós!”. Reginaldo já não entendia porra nenhuma do que estava acontecendo, sentou numa cadeira e começou a chorar. “olha Humberto, ontem minha mulher me deixou e eu ainda nem sei o motivo.E agora isso? Você não pode me dizer o motivo real? Vamos, não podem fazer isso assim sem dar uma razão!!”. Reginaldo já soluçava e seus olhos estavam encharcados. “serio Reginaldo, deram motivos vagos Reginaldo, mas disseram que ate a policia pode entrar nesta historia e você esta em maus lençóis que você andou com uma turma da pesada e agora vai estourar no seu colo. Só disseram isso.” Reginaldo enxugou as lagrimas e em um estado de dar dó se recompôs e saiu em passos lentos em direção a sua sala, lá recolheu alguns pertences e voltou para a garagem entrou no carro e voltou direto para casa. Chegando lá pegou direto o whisky ainda as onze da manhã fechou os olhos e bebeu.
Três da tarde o telefone tocou, reginaldo em estado deplorável atendeu “alô?”; “Reginaldo sabe quem esta falando?”; “sim”, “então sabe o que houve, não? “ sim”, e desligou o telefone. Finalmente ele se levantou da poltrona da sala e foi em direção ao quarto pensando “porra, aqueles canalhas da trigésima oitava cagaram para dentro, filhos da puta. Depois de quinze anos eles deram com a língua nos dentes podres deles. Agora vai aparecer em tudo que é jornal, no meu inclusive, que eu e mais uma cambada de policiais vagabundos extorquíamos, torturávamos, e matávamos traficantes de drogas indigentes que mereciam mesmo morrer, viados que viciavam ate as crianças para ter lucro. Este esquema estava nos trilhos por quinze porra de anos. Agora tinha que foder tudo? O que eu vou fazer? Este vexame não vou passar, nem morto. Mostrar minha cara na tevê, meus vizinhos vão me ver na tevê como o supra suma do banditismo, estes putos que jogam golf comigo no country club vão fingir que não fazem nenhuma sujeira nem desviam milhões de dollares por ano dos cofres destas porras de empresas que dirigem, comigo não seus viados, filho da puta, NÃO MESMO!!!”. Reginaldo entrou totalmente bêbado no quarto tirou o fundo falso da gaveta e pegou seu eagle .40 importado de lá e sentou olhando para esta beleza de arma por uns instantes. Passou tudo que conquistou na vida, suas namoradas, aquela putinha da vizinha na praia que deu na primeira noite, a márcia na faculdade que insistia que o punk era a maior invenção da musica, sua amante Claudia uma menina burra que de 18 anos que gostava de trepar de quatro, sua mulher Joyce que sempre lhe fez tudo na vida e que ele amava sinceramente. Pensou na sua casa na praia, seu apartamento cobertura em um bairro nobre que não era pouca coisa não, seu jaguar na garagem sonho de muitos babacas sem culhões para saber como ganhar o verdadeiro dinheiro. Fechou os olhos e pos a arma na testa sentindo o cano frio encostado ali, ele suando frio, parado como uma estatua e o dedo coçando no gatilho. Seu cérebro corria a cem mil por hora e perdeu a noção de tempo. Chegou o momento de mostrar que era homem de verdade e apertar a merda do gatilho para evitar um escárnio publico e ir para cadeia. Quando decidiu por fim em tudo abriu os olhos e viu Joyce parada na sua frente. Ai afrouxou tudo. Se jogou aos pés dela e pediu perdão por tudo. E hoje estou aqui, numa clinica para doentes mentais de classe media, olhando tevê com um bando de doidos de pedra e drogados que eu sempre odiei. Tudo que se seguiu foi um espetáculo da mídia acabaram com todos, delegados, policiais, e obvio, alguns traficantes figurões. Mas Reginaldo escapou mais ou menos ileso. E sentado numa sala com uma pintura horrível e moveis acabados ele pensa em voz alta “EU SOU O MAIOR CARA QUE EU CONHEÇO!”.