quinta-feira, 20 de novembro de 2008

detetive lesma e o musico frustrado



Juremir esta na casa da namorada numero dois quando atende o celular, era Percival que tinha um negocio importante a tratar com ele sobre um possível compacto que incluiria uma composição de Juremir. Na casa antes de sair ele vai na cozinha da namorada numero dois, ele toma um copo de água e avisa que tem um negocio importante e sai apressado. A numero dois reclama quando ele esta na porta dizendo – ah, é a numero um né? Seu cachorro, a gente não se vê mais. Tenho saudade de ti Juju. – ele volta da um sorriso, beija a moça na testa e sai. Passasse uma semana quando Lesma recebe uma ligação no escrotorio:
- alo – do outro lado da linha fica em silencio mortal – vamos, alo? Estou com café no fogo.
- Sim, desculpe senhor. Não quero importuna-lo mas preciso de um detetive.
- Estamos aqui para isso moça, se olhar na porta do meu escritório diz isso mesmo “detetive particular”.
- Não tenho tempo para isso, seu moço, meu namorado sumiu há uma semana. Desconfio que ele tem outra. Talvez tenham fugido juntos...mas...
- Mas estou com café no fogo...deixe seu telefone que entrarei em contato em dez minutis...
- Ah, tudo bem – e a moça fala o numero – espero sua ligação.
- Pode deixar...dez minutis...
Lesma vai na cozinha passa o café, senta-se por um minuto saboreando o café com seu cigarro e pensa “hm...mais um caso de traição, nem devia aceitar isso, que merda. Ficar de tocaia em motel, bater 500 fotos do camarada com outra mulher, briga, separação. Talvez ate tenham filhotes, isso não é um trabalho digno. Mas azar, semana que vem vence o aluguel e o senhorio não acredita muito no comunismo. Vamos lá” e pega o telefone e liga para moça que atende impaciente:
- o senhor disse dez minutos...senhor Lesma.
- não, eu disse minutis...demora um pouco mais que minutos...hahaha.
- não estou de piada senhor, meu namorado, alias meu noivo, alias meu quase marido sumiu. Acho que fugiu com outra e isso não é motivo de piada.
- Talvez não para você moça...mas aposto que o canalha esta dando boas risadas, se de fato fugiu com outra. Anote meu endereço e nos falaremos melhor. – e ele passou o endereço – mas fique na boa, se fugiu eu pego ele para senhora e trago algemado...ate breve.(risos)
- ...
- qual é sua graça mesmo moça?
- Vera, mas todos me chamam de Verinha...
- Ate mais...
Em trinta minutos uma moça mais ou menos feia, lembrava um pouco aquela atriz Sarah Silverman, mas uma versão bizarra da mesma bateu a porta do nosso detetive, que abriu com um sorriso no rosto e a garota foi entrando. Ele se sentou atrás de sua mesa, pegou um marlboro e a térmica do café e servindo-se de outra xícara disse a moça;
- dona, aposto que seu namorado, noivo ou marido ou sei lá o que esta só curtindo uma farra. Mas aposto que ele volta. Não esquente a cabeça.
- Você não entende, eu sei que ele tem outras. Mas nunca sumiu uma semana toda. Ele é musico, o senhor sabe eles tem destas. Mas sumir assim, NUNCA. Juremir pode ser meio canalha, mas é direito!!!
- Meio canalha, esta é nova. Mas diga ele é musico?
- Sim senhor, ele canta numa banda de relativo sucesso no bairro e ate mesmo na cidade. O senhor deve ter ouvido falar deles “puta pedra”...
- Ahhh sei sim...já ouvi falar deles. Mas então ele canta nesta banda? – a moça concorda com a cabeça – não me surpreende que tenha outras, mas se você esta tão preocupada vou atrás dele para você. Sabe aonde eles ensaiam?
A moça deu o nome do estúdio e a hora do ensaio. Lesma saiu da casa de Carminha mais ou menos tarde, a mãe da namorada tinha feito o prato favorito de Lesma, lasanha de porco. E ele ficou de papo um tempo com os sogros e esqueceu o serviço. Quando lembrou saiu correndo, chegou no estúdio lá pela quarta musica do grupo que tocava sem o vocalista. Ficou olhando pelo vidro o grupo tocar sob o olhar atento do dono do estúdio que estava meio puto de ter um estranho com cara de policia no seu estabelecimento. Então o dono falou assim, com uma raiva notória na sua voz:
- quem é o tu mesmo, meu amigo?
- Estou a serviço, me contrataram para achar o Juremir. Estou atrás dele, vim falar com a banda.
- Esta atrás do rapaz por que? Ele fez algum mal a alguém?
- A namorada dele me contratou, diz que ele sumiu. Eu não sei de nada, mas quero muito saber. Pode me ajudar, camarada?
- Namorada? Qual delas? A numero um, dois ou talvez ele ate tenha uma três ou quatro...hahaha.
- Creio que é a numero um, não saberia dizer. Então ele é tão fera assim?; disse Lesma sorrindo com alguma cumplicidade para o dono da estúdio.
- Opa se é, mas se foi a Silvinha Silvicula deixa para lá. Ela vive reclamando que ele não aparece mais. Fica só com as outras....hahaha.
- Silvinha Silvicula?
- Hahaha pergunte ao Juremir o por que disso!!
- Sabe o endereço da dona Silvinha?
- Claro, mas duvido que ache ele por lá... – e o jovem anotou um endereço e passou ao detetive – mas espera aí um minuto. Se foi a silvinha que te contratou como não sabe o endereço dela?; e o jovem novamente fechou a cara.
- Como você mesmo disse, ele tem varias...estou atrás dele, só isso.
E saiu para fora do estúdio e deixou o grupo ensaiando e rumou para a casa desta jovem, que apesar da indicação que não estaria lá acreditava que encontraria o Juremir por lá. Andando pela rua, pensando no caso Lesma se perdeu pelas ruas quando viu não sabia aonde estava mais. Parou num bar que estava aberto sentou e pediu um cerveja, mas bem gelada. E veio ate o copo tirado da geladeira. Ele serviu um pouco e acendeu um cigarro e olhando para o nada ficou pensando “se esta camarada tem varias, como vou achar este cara!!sei só de duas, o rapaz lá disse que podia haver três ou quatro namoradas. Acho que seria mais fácil convencer o senhorio que o comunismo é uma boa” e bebeu sua cerveja. Acabou voltando para casa, ou melhor seu escritório que era também sua residência. No dia seguinte por volta de meio dia Carminha o acorda, se abraça no namorado que esta frustrado com o caso que trabalha. Ele fala para ela a situação que o aflige e da um beijinho na ponta do nariz dele e diz que vai dar certo. Ele toma um banho, põe seu casacão e sai para casa de Silvinha. Chegando lá encontra a moça muito bem acompanhada por um rapaz jovem, forte, bronzeado que quando bate o olho no lesma fica acabrunhado. Lesma pergunta ao rapaz “você é o Juremir?” ele fecha a cara e sai dizendo que é melhor ele falar com a Silvinha em particular e sai da sala. Lesma começa de maneira muito gentil e explica o que se passa, ao passo que a moça responde:
- não sei dele, faz mais de uma semana, quando ele veio aqui pela ultima vez ficou só um minuto recebeu uma ligação e saiu correndo. Estava com tanta pressa que deixou o celular na cozinha ao lado do copo de água que tomou.
- Ah ele deixou o celular? Aonde esta ele, poderia me mostrar?
- Claro – e a moça vai ate o quarto e trás o celular na mão – aqui esta.
- Alguém mexeu nele? – a moça faz sinal que não – hm, então a ultimo contato dele deve estar aqui.
Lesma liga de volta para os ultimo números gravados no telefone, ninguém ouviu falar de Juremir há algum tempo. Mas uma das chamadas deixou ele com a pulga atrás da orelha, o camarada ficou meio nervoso de perguntarem pelo jovem vocalista promissor. Perguntou a Silvinha quem era o rapaz que atendeu ela disse que era Percival, um amigo meio esquisito do Juremir que estava fazendo um disco de forma independente e lesma pediu o endereço do rapaz. Chegou na casa de Percival e tocou a campainha o rapaz abriu a porta mas deixou a corrente na porta perguntando quem era, o que queria sobre o que se travava. Lesma explicou o caso e acabou forçando a entrada no apartamento. Percival estava todo nervoso lesma puxou um papo sobre o disco que ouviu falar que ele estaria fazendo. Mais coisas sem nexo. Lesma começou a perambular pelo apartamento do rapaz quando ele foi buscar uma água que Lesma pediu. Ate que abriu a porta do quarto e encontrou Juremir amarrado, amordaçado num canto do pequeno quarto. O outro veio correndo gritando que ele não podia entrar ali, mas era tarde demais. Lesma deu uma chave de braço em Percival e o forçou a soltar o Juremir. Ai foi a vez de Percival ser amarrado e amordaçado. Lesma perguntou se estava tudo bem com Juremir, que disse:
- agora sim, meu deus, que loucura isso!! Estou preso aqui a uma semana...
- Este cara é viado? Para te manter refém desta maneira?
- Não, quer dizer acho que é. Mas não me molestou...ele estava me forçando a fazer um disco todo para ele. Disse que só me soltava depois de ter alguma coisa para mostrar. Ele é um musico frustrado.
- Puta que pariu! Que loucura isso! – disse Lesma – agora quero ver você tocar seu violão no xadrez seu desgraçado.
Chegou a policia, cumpriu seu dever e levaram Percival para aonde o filho chora e a mãe não vê. E lesma ficou com Juremir para entregar a encomenda e pegar seu cheque. Chegou na casa da numero um que chorou, bateu gritou com Juremir que explicou o que tinha havido. Todos ficaram chocados na casa de Verinha. Lesma foi embora pensando que não seria este mês que daria ao seu senhorio uma copia de “o capital” de Karl Marx. Mas no próximo quem sabe?

20/11/2008
17:46hrs

terça-feira, 18 de novembro de 2008

o artista nu



De chinelas as duas da tarde
Fumando um marlboro
E bebendo uma cerveja,
Quando não deveria.
Gravando um filme qualquer no vídeo,
Matando as horas para elas não me matarem.

Barba por fazer, sem almoçar
Apesar de serem três horas da tarde.
O único terno que tenho ganhei
Para o casamento da minha irmã.
Patético, não?
A vida é degradante e patética.

Acordar antes do meio dia
Não acontece há mais de dez anos;
Dormir antes das duas não acontece
Há mais de quinze anos.
Artista faminto?não, tenho boa comida
Bebida a vontade e vontade de parar de beber.

Este é o retrato do artista nu.
Na sua magnanimidade,
Dentro da sua insignificância
No mundo, na cidade e no seu intimo.
Se você aí do outro lado me acha um artista,
Sou tanto quanto você, neste teatro da vida.

18/11/2008
15:06 hrs

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Cu de Miss


Junior caminhando pela rua da praia; seis da tarde de sexta feira. Começo do verão em porto alegre, calor para cacete. Sobe em direção a praça don Feliciano para pegar o ônibus de volta para casa. Esfrega as mãos, calor, verão, mulheres com micro saias, mini blusas, final de semana, churrasco com os amigo e cerveja muito gelada. Fica divagando sobre esta excelente perspectiva no ponto do ônibus enquanto ele não chega. Fila começa a se formar atrás dele, em poucos minutos varias pessoas estão atrás dele. Chega o ônibus todos entram e se arrumam nos assentos. Isso ate parece aquela brincadeira que faziam no colégio, a professora põe um disco e para no meio e todos tem que pegar uma cadeira, quem não consegue perdeu, esta fora. Junior esta sentado na janela, mas cuida quem esta entrando ainda no ônibus. E nota uma garota de 16, 17 anos com uma pasta na mão, cabelo preto preso em rabo de cavalo que não era bonita nem feia, mas fazia o tipo de Junior. A senhora que sentou ao lado de Junior puxa papo falando que tinha ido visitar o marido na santa casa, ele estava muito doente etc...Junior nem ouvia, só olhava para esta jovem de pé ao lado de seu acento. Junior pede desculpas a senhora e oferece o lugar a moça, que a principio fica sem jeito para aceitar, mas acaba sentando. A senhora agora puxa papo com a moça que só concorda com tudo que a velha diz e volta e meia troca um olhar com Junior. Chega o ponto da velha que se despede e abre espaço para Junior sentar ao lado da garota. Depois de alguns momentos de constrangimento mutuo eles engatam numa conversa agradável sobre o show do R.E.M. que houve a algumas semanas, o nome da garota era Christiana – mas pode me chamar de chris, todos me chamam assim – Junior disse que não tinha ido mas tinha ouvido quase todo show do pátio da casa, que ficava perto do estádio do Zequinha. Chris disse que tinha ido e gostado bastante. E não era todos dias que vinham bandas desta importância a porto alegre, Junior comentou que o ultimo show de grandes bandas que tinha ido era o Metallica em 98. estava chegando o ponto aonde Junior tinha que descer e quando fui se despedir viu que era o mesmo ponto de chris. Junior surpreso com a agradável coincidência falou:
- puxa, tu mora por aqui? Nunca te vi pelo bairro.
- Moro aqui a pouco tempo, vim do interior para fazer faculdade aqui em porto alegre.
- Hm, interior? Aonde?
- Dois irmãos.
- Há, legal...
- Médio, não gostava de lá. Aqui é muito melhor.
- Olha, não quer me dar seu telefone para nos falarmos com mais tempo?
- Eu moro com uma senhora, meio tia, ela é muito chata. Não gosta que eu...sabe? me da seu telefone, se não for problema.
- Não é não, - e anota o numero numa folha do caderno que chris tinha na pasta – sei como são estas senhoras, nos falamos, foi um prazer te conhecer..tchau.
- O mesmo, tchau.
Algumas semanas depois, Junior seguiu sua rotina, já tinha praticamente esquecido aquele encontro. Trabalho, churrascos, futebol aquele agradável encontro já não estava mais nas lembranças. Ate que chegando em casa a mãe dele avisa que ligaram para ele, não deixaram o telefone mas falaram que ligariam de novo. Junior não deu bola, foi para o quarto botou a roupa de jogar bola e saiu. Os amigos dele jogavam futebol todas quartas numa cancha ali perto. Jogo pegado, duro e nada amistoso para dois times de amigos. Junior se machucou numa disputa de bola e veio para casa mais cedo, perdeu o tradicional churrasco pós jogo. Chegou em casa tomou um banho e pôs gelo no joelho. Ele estava sozinho em casa, fez um sanduíche e sentou para ver televisão quando tocou o telefone:
- alô?
- Quem fala?
- Junior, quem fala aí?
- Ah, oi. Junior? Eu sou a chris. Nos conhecemos no ônibus estes dias, lembra?
- Lembro, lembro sim – mentira, Junior não lembrava – mas e ai, tudo bem?
Conversaram amenidades, trocaram impressões sobre bandas. Filmes,só papo furado. Mas interessante mesmo assim. Combinaram de se verem na sexta para tomar uma cerveja e comer alguma coisa num barzinho. A expectativa de Junior era zero, nem lembrava da cara da garota. Mas como dizem “estamos ai, não é?”. Chega a sexta, Junior já saiu atrasado de casa tinha esquecido o maldito encontro e tinha ficado jogando playstation. Tomou um banho rápido, jogou um pano por cima do corpo e lá foi ele. O raio do ônibus demorou e teve que tomar uma táxi, pois já estava super atrasado. Morreu em quase 15 reais nessa brincadeira. Chegando lá chris já estava esperando há uns 40 minutos e estava uma fera. Junior já chegou se desculpando:
- puxa chris, desculpe. Minha mãe estava super doente, tive que ficar cuidando dela e dar atenção. Mil perdoes.
- Hm...mãe, sei. Mas estava quase indo embora, achei que não viria mais. – disse ela com fúria nos olhos verdes. – isso é coisa que se faça, dar um bolo assim?
- Poxa, minha mãezinha doente...desculpe mesmo. Mas então vai beber alguma coisa? – e chama o garçon – eu vou querer um Hi-Fi, capricha na vodka, hein chefia? E tu, chris, vai querer o que mesmo?
- Coca cola, sem gelo.
- Coca não tem – avisa o garçon – só pepsi ou guaraná.
- Guaraná então...
- E garçon, aquela dose de vodka, viu? – gritou Junior quando o garçon ia indo embora – então chris, o que tu me conta?
- Nada, já estava indo embora mesmo.
- Ah que é isso, garota...já pedi desculpas...tu estuda o que mesmo?
- Medicina, na UFRGS...- disse ela totalmente irritada – quero ser cirurgia plástica.
- Putz, acho isso uma coisa de doente, cirurgia plástica. Tem que aceitar o corpo como ele é. Nunca ouviu falar de gente que para ter barriguinha morre na mesa de cirurgia?
- ...
foram chegando vodkas e mais vodkas, e Junior estava só dando bolas fora com a garota. Quando chegou meia noite ele estava totalmente alcoolizado e a chris puta da cara. Acabaram a noite pela metade. Ela jurou nunca mais ver ele nem pintado de ouro. Junior entrou num táxi e a cada 15 metros mandava o motorista parar para ele vomitar no cordão da calçada. Quando chegaram na porta da casa do rapaz o motorista puto da cara queria cobrar a mais pela sujeira que ele fez no táxi, xingou o coitado fez um escândalo que acordou alguns vizinhos. Junior entrou, bebeu um copo de água e se atirou na cama. O helicóptero como dizem estava zunindo na cabeça do rapaz. Vomitou mais algumas vezes num balde ao lado da cama. No dia seguinte o que havia acontecido era um mistério para ele. Quando se lembrou quase teve um ataque, como ele podia ter dado tanta bola fora com uma moça que era bem jeitosa. Passaram algumas semanas, Junior já havia se recuperado do vexame. Aquilo era artigo do passado. Voltou tudo ao normal, trabalho, ônibus lotado, churrasco, futebol. Um dia Junior chegou em casa e foi jantar na cozinha, ligou na band e ficou vendo o jornal da televisão. Estava noticiando o miss rio grande do sul, mulher bonita é sempre bom de se ver, mesmo que na televisão. Quando estavam mostrando as misses veio o choque, a miss dois irmãos era a christina. Ai voltou todo o vexame daquela noite e a bobagem incrível que foi fazer aquilo, hoje ele podia ser namorado de uma miss. Mas como o papel de otário que ele fez aquele dia isso era um verdadeiro cu de miss.

12/11/08
16:26hrs

sábado, 1 de novembro de 2008

cupons


Cigarros umedecidos por cerveja
Da noite passada
Você acende um
Se engasga
Abre a porta em busca de ar
E junto a entrada
Esta um pardal morto
Sua cabeça e seu peito
Arrancados.

Pendurado a maçaneta
Há um anuncio da all american
Burger
Que consiste de alguns cupons
Que
Dizem
De 12 de fev. a 15 de fev.
Você ganha de graça
Um pacote de batatas
Fritas médio e um
Copo pequeno de coca cola.

Pego o anúncio
Embrulho o pardal com ele
Levo ate a cesta de lixo
E despejo lá
Dentro.

Veja:
Renunciando a batatas e coca
Para ajudar a manter
Minha cidade
Limpa.

charles bukowski.
"o amor é um cão dos diabos"; LP&M.

sorte


O que está mal a respeito disso
Tudo
É ver as pessoas
Bebendo café e
Esperando. Gostaria de
Embebê-los todos
Na sorte. Precisam
Disso. Precisam bem
Mais do que eu.

Sento nos cafés
E os vejo a
Esperar. Não creio
Que haja muito mais
A fazer. As moscas
Vão pra lá e pra cá
Nos vidros das janelas
E bebemos nosso
Café e fingimos
Não olhar uns para os outros.
Espero junto com eles.
Entre o movimento
Das moscas
As pessoas vagueiam.

charles bukowski.
"o amor é um cão dos diabos";LP&M.