terça-feira, 18 de novembro de 2008

o artista nu



De chinelas as duas da tarde
Fumando um marlboro
E bebendo uma cerveja,
Quando não deveria.
Gravando um filme qualquer no vídeo,
Matando as horas para elas não me matarem.

Barba por fazer, sem almoçar
Apesar de serem três horas da tarde.
O único terno que tenho ganhei
Para o casamento da minha irmã.
Patético, não?
A vida é degradante e patética.

Acordar antes do meio dia
Não acontece há mais de dez anos;
Dormir antes das duas não acontece
Há mais de quinze anos.
Artista faminto?não, tenho boa comida
Bebida a vontade e vontade de parar de beber.

Este é o retrato do artista nu.
Na sua magnanimidade,
Dentro da sua insignificância
No mundo, na cidade e no seu intimo.
Se você aí do outro lado me acha um artista,
Sou tanto quanto você, neste teatro da vida.

18/11/2008
15:06 hrs

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