quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

violencia delivery



Musica alta, pensamentos alterados
Por vodka, mulheres e outras cositas...
Virando a madrugada atrás de um
Momento de paz no meio do inferno;
O anjo transformando os céus no
Caos urbano, soterrado na paranóia.

Trocando socos para pegar a ultima
Saída para o pesadelo da vida real,
Surrando o cérebro com doses cavalares
De estimulantes e doses maciças
De situações deprimentes e tristes
Que faz a paisagem no dia a dia.

Tela da televisão brilha 24 horas por dia
Numa sessão non stop de delírios
Estilo laranja mecânica,
Fazendo uma lavagem cerebral onde
Todos querem os 15 minutos de fama
Seja mostrando a bunda ou vendendo a alma.

Dez anos depois estou eu aqui lembrando
O absurdo da adolescência.
Sexo, violência, drama e drogas;
Loucura generalizada, paranóia para nós
Para você e para todos. Num local esquecido
Do passado encerrado, ponto final.

10/12/08
20:41hrs

sábado, 6 de dezembro de 2008

detetive lesma e seu passado negro


Chove chuva, chove sem parar. Cai o mundo lá fora, aqui dentro também. Hoje esta um dia para pensar, pensar e pensar. Pensar na Carminha. Minha atual namorada.Tivemos uma briga feia e não sei se voltaremos as boas, olhando para trás a culpa foi em boa parte minha. Conheci ela saindo com a irmã que era mais nova, mais bonita e menos inteligente. Lembro ate o que houve, estava ficando com Cidinha, a irmã, quando tive um caso de um molestador que tentou dar uns pegas na Carminha. Depois daquilo ficamos com um contato mais estreito, ela sempre muito agradecida e com um brilho de admiração no olho sempre que me via por ai. Então aconteceu, tive um caso meio bizarro e particularmente acho meio escroto, mas foi assim que a musica tocou. E bolso de vagabundo não dança valsa. Um camarada do bairro freqüentador de um batuque estava todo amarrado e o pai de santo sempre achava um exu tranca rua no caminho do rapaz. Bobagem para isso para mim, dá uns tabefes nestes “exus” que eles se endireitam. E destrancam a rua rapidinho. Mas este camarada, Robson estava devendo ate as cuecas sujas ao pai tomas. Belo nome para um pai de santo. O pai tomas começou a ameaçar o Robson, mandando avisos nada sutis que ele corria perigo, era sempre um despacho na porta do prédio dele, cheio de pipocas, milho, balas de mel, um espumante bem baratinho e as vezes pai tomas era mais extravagante e botava ate uma galinha morta (bela imagem pois era bem isso que ele era, um galinha morta). O rapaz que acreditava muito nisso tudo e via ali a causa de todos males que ele era acometido. Desde dor de dente ate briga com a namorada. E mais rezava mais assombração aparecia para ele, perdoem o trocadilho. Ele estava na época andando muito com Carminha e então um dia o passarinho cantou. E a musica era mais uma axé bem barato que uma sinfonia clássica. Cantou que era batuqueiro, que devia muito dinheiro a um pai de santo, que era despachos na porta do prédio toda sexta feira. Ate que tinha aquelas balinhas de mel, sabe quais? Então Carminha o trouxe ate meu escrotorio, como chamo meu escritório, este era o caso clássico das escrotidões que me aparecem aqui. Chegaram por volta de meio dia, numa quinta feira bem devagar,e eu estava lendo um livro de poemas do Charles bukowski viajando nos pensamentos quando bateram na porta, fui atender com um copo de vodka walessa na mão, e sem camisa. Quando vi a Carminha rapidamente tentei me arrumar, estava de mal com a cidinha, ela estava andando com uns pintas que...bom, já chega, estávamos brigados na época. Carminha apresentou o rapaz e disse:
- lesma este é o Robson, ele precisa de ajuda. E como tu me ajudou naquele caso...- e fica vermelha, de vergonha e faço gesto de “ah que é isso” – pensei que podia ajudar ele.
- Então rapaz, qual é o mal que lhe aflige? – ele me conta seu drama com o pai tomas – já pensou em ser católico? O único mal é a viadagem... – dou uma risada forte. Ninguém mais riu.
- Pois é, era mais ou menos isso. Carminha disse que tu podia me quebrar este galho!
- Quem quebra galho é macaco gordo – dei uma risada. De novo ninguém mais riu – mas vou te ajudar sim.
- Puxa obrigado. Muito obrigado mesmo. – pensei “obrigado nada, vai baixando as calcinhas” enquanto ele apertava minha mão repetidas vezes e emocionado.
- E a cidinha...- disse a Carminha – mandou lembranças...
- Deixa ela para lá...já estou em outra.
- Tchau lesma.
- Tchau para vocês.
E no dia seguinte comecei a cuidar do caso, era moleza. Só dar uma dura neste cara que ele se aquietava. Então fui ate o centro de umbanda do tal pai tomas, cheguei lá e pedi para um negra linda que chamasse o tal. Pediu que sentasse e esperasse pai tomas, que estava ocupado. Fiquei folheando um jornal de três dias atrás. Ate que anunciaram pai tomas iria me ver. Entrei numa salinha cheia de estatuas de santos, de tudo que era tipo. Puxei um cadeira e o homem falou:
- o que vai ser meu jovem?
- Eu estou aqui para...
- Já sei, brigou com a namorada. Quer fazer um trabalho para reconquistar a moça...esta na sua cara. Cara de quem esta deprimido, com o coração doendo.
- Puxa, isso mesmo. Acertou na mosca. Tu consegue me trazer minha namorada de volta?
- Claro, faço isso o dia todo. – diz pai tomas, com semblante de “ok, vamos lá” – me conta o motivo da briga.
- Bom, sabe como é, brigamos por que ela acha que sou vadio. Não tenho emprego e sou desmazelado. Ela quer mais estabilidade, manja patrão?
- Claro, isso esta na obvio. Este corpo de pau de virar tripa , esta cara de quem comeu e não gostou. E tu não tem emprego ainda por cima. Vai ser complicado. Mas pai tomas é garantido, - e me diz - cobro 100 reais para fazer o trabalho. Me passa o endereço dela que irei fazer um trabalho para ela voltar correndo para você. – dei o endereço de cidinha, e ele disse – no máximo em duas semanas ela estará a seus pés.
- Obrigado, meu bom senhor.
- Ate mais ver.
Saí dali voado e fiz uma ligações no celular para acerta umas pontas a caminho da locadora. Depois que cheguei no meu escrotorio, liguei o som e pus um cd do faith no more, pensando nas mulheres. Por que elas gostam de nos maltratar tanto, como diz aquele ditado chavão “não se pode viver com elas e não se pode viver sem elas”. Cidinha estava me maltratando. Mas tinha outras coisas em mente. Olhei para a frase no teto colada bem acima da minha cadeira "A única dignidade realmente autêntica é a que não diminui ante a indiferença dos outros". E é a mais absoluta verdade. Em dois dias recebi a ligação que esperava, saí do escrotorio e foi a casa de cindinha. Chegando lá encontro o pai tomas passando um papo na Carminha, dizendo que eu iria arranjar emprego logo logo, que eu não era tão desmazelado quando minha magreza mostrava e tinha cara de seriedade e não de quem comeu e não gostou. Quando entrei em cena pai tomas gelou, ou como diriam tremeu na base. Apareci ao lado de Robson, e dei uma dura no negão dizendo:
- olha aqui nego safado, este camarada esta todo fodido por sua causa. Fica tocando terror no coitado dia e noite com esta conversa de exus e sei lá mais o que. Deixa ele em paz, ou tomarei medidas drásticas. Manjou vovô? – e mostrei meu .45 para ele – estamos de acordo, não?
- Sim estamos – falou tremendo todo o batuqueiro e parecia que o coração ia sair pela boca – completamente de acordo.
- Olha aqui negão, se eu ouvir falar que apareceu uma ÚNICA bala de mel perto deste rapaz ate a próxima encarnação eu vou te ver e vamos bater um papo...cara de quem comeu e não gostou, mas vai te enxergar negão...
Ele foi embora, e ficamos eu Carminha e Robson que se desmontou em lagrimas de agradecimento. Quando estava saindo Carminha veio e me deu um abraço forte e neste momento dei um puta beijo na sua boca. Que arregalou os olhos mas devolveu o beijo. Combinamos sair no próximo final de semana.azar de Cidinha, mas como disse antes "já estou em outra". E estamos aqui ate hoje, ou estávamos. Carminha, por favor não me deixe. Como diria aquela musica “é nos filmes de amor que vejo as cenas de ação”

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

detetive lesma e o musico frustrado



Juremir esta na casa da namorada numero dois quando atende o celular, era Percival que tinha um negocio importante a tratar com ele sobre um possível compacto que incluiria uma composição de Juremir. Na casa antes de sair ele vai na cozinha da namorada numero dois, ele toma um copo de água e avisa que tem um negocio importante e sai apressado. A numero dois reclama quando ele esta na porta dizendo – ah, é a numero um né? Seu cachorro, a gente não se vê mais. Tenho saudade de ti Juju. – ele volta da um sorriso, beija a moça na testa e sai. Passasse uma semana quando Lesma recebe uma ligação no escrotorio:
- alo – do outro lado da linha fica em silencio mortal – vamos, alo? Estou com café no fogo.
- Sim, desculpe senhor. Não quero importuna-lo mas preciso de um detetive.
- Estamos aqui para isso moça, se olhar na porta do meu escritório diz isso mesmo “detetive particular”.
- Não tenho tempo para isso, seu moço, meu namorado sumiu há uma semana. Desconfio que ele tem outra. Talvez tenham fugido juntos...mas...
- Mas estou com café no fogo...deixe seu telefone que entrarei em contato em dez minutis...
- Ah, tudo bem – e a moça fala o numero – espero sua ligação.
- Pode deixar...dez minutis...
Lesma vai na cozinha passa o café, senta-se por um minuto saboreando o café com seu cigarro e pensa “hm...mais um caso de traição, nem devia aceitar isso, que merda. Ficar de tocaia em motel, bater 500 fotos do camarada com outra mulher, briga, separação. Talvez ate tenham filhotes, isso não é um trabalho digno. Mas azar, semana que vem vence o aluguel e o senhorio não acredita muito no comunismo. Vamos lá” e pega o telefone e liga para moça que atende impaciente:
- o senhor disse dez minutos...senhor Lesma.
- não, eu disse minutis...demora um pouco mais que minutos...hahaha.
- não estou de piada senhor, meu namorado, alias meu noivo, alias meu quase marido sumiu. Acho que fugiu com outra e isso não é motivo de piada.
- Talvez não para você moça...mas aposto que o canalha esta dando boas risadas, se de fato fugiu com outra. Anote meu endereço e nos falaremos melhor. – e ele passou o endereço – mas fique na boa, se fugiu eu pego ele para senhora e trago algemado...ate breve.(risos)
- ...
- qual é sua graça mesmo moça?
- Vera, mas todos me chamam de Verinha...
- Ate mais...
Em trinta minutos uma moça mais ou menos feia, lembrava um pouco aquela atriz Sarah Silverman, mas uma versão bizarra da mesma bateu a porta do nosso detetive, que abriu com um sorriso no rosto e a garota foi entrando. Ele se sentou atrás de sua mesa, pegou um marlboro e a térmica do café e servindo-se de outra xícara disse a moça;
- dona, aposto que seu namorado, noivo ou marido ou sei lá o que esta só curtindo uma farra. Mas aposto que ele volta. Não esquente a cabeça.
- Você não entende, eu sei que ele tem outras. Mas nunca sumiu uma semana toda. Ele é musico, o senhor sabe eles tem destas. Mas sumir assim, NUNCA. Juremir pode ser meio canalha, mas é direito!!!
- Meio canalha, esta é nova. Mas diga ele é musico?
- Sim senhor, ele canta numa banda de relativo sucesso no bairro e ate mesmo na cidade. O senhor deve ter ouvido falar deles “puta pedra”...
- Ahhh sei sim...já ouvi falar deles. Mas então ele canta nesta banda? – a moça concorda com a cabeça – não me surpreende que tenha outras, mas se você esta tão preocupada vou atrás dele para você. Sabe aonde eles ensaiam?
A moça deu o nome do estúdio e a hora do ensaio. Lesma saiu da casa de Carminha mais ou menos tarde, a mãe da namorada tinha feito o prato favorito de Lesma, lasanha de porco. E ele ficou de papo um tempo com os sogros e esqueceu o serviço. Quando lembrou saiu correndo, chegou no estúdio lá pela quarta musica do grupo que tocava sem o vocalista. Ficou olhando pelo vidro o grupo tocar sob o olhar atento do dono do estúdio que estava meio puto de ter um estranho com cara de policia no seu estabelecimento. Então o dono falou assim, com uma raiva notória na sua voz:
- quem é o tu mesmo, meu amigo?
- Estou a serviço, me contrataram para achar o Juremir. Estou atrás dele, vim falar com a banda.
- Esta atrás do rapaz por que? Ele fez algum mal a alguém?
- A namorada dele me contratou, diz que ele sumiu. Eu não sei de nada, mas quero muito saber. Pode me ajudar, camarada?
- Namorada? Qual delas? A numero um, dois ou talvez ele ate tenha uma três ou quatro...hahaha.
- Creio que é a numero um, não saberia dizer. Então ele é tão fera assim?; disse Lesma sorrindo com alguma cumplicidade para o dono da estúdio.
- Opa se é, mas se foi a Silvinha Silvicula deixa para lá. Ela vive reclamando que ele não aparece mais. Fica só com as outras....hahaha.
- Silvinha Silvicula?
- Hahaha pergunte ao Juremir o por que disso!!
- Sabe o endereço da dona Silvinha?
- Claro, mas duvido que ache ele por lá... – e o jovem anotou um endereço e passou ao detetive – mas espera aí um minuto. Se foi a silvinha que te contratou como não sabe o endereço dela?; e o jovem novamente fechou a cara.
- Como você mesmo disse, ele tem varias...estou atrás dele, só isso.
E saiu para fora do estúdio e deixou o grupo ensaiando e rumou para a casa desta jovem, que apesar da indicação que não estaria lá acreditava que encontraria o Juremir por lá. Andando pela rua, pensando no caso Lesma se perdeu pelas ruas quando viu não sabia aonde estava mais. Parou num bar que estava aberto sentou e pediu um cerveja, mas bem gelada. E veio ate o copo tirado da geladeira. Ele serviu um pouco e acendeu um cigarro e olhando para o nada ficou pensando “se esta camarada tem varias, como vou achar este cara!!sei só de duas, o rapaz lá disse que podia haver três ou quatro namoradas. Acho que seria mais fácil convencer o senhorio que o comunismo é uma boa” e bebeu sua cerveja. Acabou voltando para casa, ou melhor seu escritório que era também sua residência. No dia seguinte por volta de meio dia Carminha o acorda, se abraça no namorado que esta frustrado com o caso que trabalha. Ele fala para ela a situação que o aflige e da um beijinho na ponta do nariz dele e diz que vai dar certo. Ele toma um banho, põe seu casacão e sai para casa de Silvinha. Chegando lá encontra a moça muito bem acompanhada por um rapaz jovem, forte, bronzeado que quando bate o olho no lesma fica acabrunhado. Lesma pergunta ao rapaz “você é o Juremir?” ele fecha a cara e sai dizendo que é melhor ele falar com a Silvinha em particular e sai da sala. Lesma começa de maneira muito gentil e explica o que se passa, ao passo que a moça responde:
- não sei dele, faz mais de uma semana, quando ele veio aqui pela ultima vez ficou só um minuto recebeu uma ligação e saiu correndo. Estava com tanta pressa que deixou o celular na cozinha ao lado do copo de água que tomou.
- Ah ele deixou o celular? Aonde esta ele, poderia me mostrar?
- Claro – e a moça vai ate o quarto e trás o celular na mão – aqui esta.
- Alguém mexeu nele? – a moça faz sinal que não – hm, então a ultimo contato dele deve estar aqui.
Lesma liga de volta para os ultimo números gravados no telefone, ninguém ouviu falar de Juremir há algum tempo. Mas uma das chamadas deixou ele com a pulga atrás da orelha, o camarada ficou meio nervoso de perguntarem pelo jovem vocalista promissor. Perguntou a Silvinha quem era o rapaz que atendeu ela disse que era Percival, um amigo meio esquisito do Juremir que estava fazendo um disco de forma independente e lesma pediu o endereço do rapaz. Chegou na casa de Percival e tocou a campainha o rapaz abriu a porta mas deixou a corrente na porta perguntando quem era, o que queria sobre o que se travava. Lesma explicou o caso e acabou forçando a entrada no apartamento. Percival estava todo nervoso lesma puxou um papo sobre o disco que ouviu falar que ele estaria fazendo. Mais coisas sem nexo. Lesma começou a perambular pelo apartamento do rapaz quando ele foi buscar uma água que Lesma pediu. Ate que abriu a porta do quarto e encontrou Juremir amarrado, amordaçado num canto do pequeno quarto. O outro veio correndo gritando que ele não podia entrar ali, mas era tarde demais. Lesma deu uma chave de braço em Percival e o forçou a soltar o Juremir. Ai foi a vez de Percival ser amarrado e amordaçado. Lesma perguntou se estava tudo bem com Juremir, que disse:
- agora sim, meu deus, que loucura isso!! Estou preso aqui a uma semana...
- Este cara é viado? Para te manter refém desta maneira?
- Não, quer dizer acho que é. Mas não me molestou...ele estava me forçando a fazer um disco todo para ele. Disse que só me soltava depois de ter alguma coisa para mostrar. Ele é um musico frustrado.
- Puta que pariu! Que loucura isso! – disse Lesma – agora quero ver você tocar seu violão no xadrez seu desgraçado.
Chegou a policia, cumpriu seu dever e levaram Percival para aonde o filho chora e a mãe não vê. E lesma ficou com Juremir para entregar a encomenda e pegar seu cheque. Chegou na casa da numero um que chorou, bateu gritou com Juremir que explicou o que tinha havido. Todos ficaram chocados na casa de Verinha. Lesma foi embora pensando que não seria este mês que daria ao seu senhorio uma copia de “o capital” de Karl Marx. Mas no próximo quem sabe?

20/11/2008
17:46hrs

terça-feira, 18 de novembro de 2008

o artista nu



De chinelas as duas da tarde
Fumando um marlboro
E bebendo uma cerveja,
Quando não deveria.
Gravando um filme qualquer no vídeo,
Matando as horas para elas não me matarem.

Barba por fazer, sem almoçar
Apesar de serem três horas da tarde.
O único terno que tenho ganhei
Para o casamento da minha irmã.
Patético, não?
A vida é degradante e patética.

Acordar antes do meio dia
Não acontece há mais de dez anos;
Dormir antes das duas não acontece
Há mais de quinze anos.
Artista faminto?não, tenho boa comida
Bebida a vontade e vontade de parar de beber.

Este é o retrato do artista nu.
Na sua magnanimidade,
Dentro da sua insignificância
No mundo, na cidade e no seu intimo.
Se você aí do outro lado me acha um artista,
Sou tanto quanto você, neste teatro da vida.

18/11/2008
15:06 hrs

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Cu de Miss


Junior caminhando pela rua da praia; seis da tarde de sexta feira. Começo do verão em porto alegre, calor para cacete. Sobe em direção a praça don Feliciano para pegar o ônibus de volta para casa. Esfrega as mãos, calor, verão, mulheres com micro saias, mini blusas, final de semana, churrasco com os amigo e cerveja muito gelada. Fica divagando sobre esta excelente perspectiva no ponto do ônibus enquanto ele não chega. Fila começa a se formar atrás dele, em poucos minutos varias pessoas estão atrás dele. Chega o ônibus todos entram e se arrumam nos assentos. Isso ate parece aquela brincadeira que faziam no colégio, a professora põe um disco e para no meio e todos tem que pegar uma cadeira, quem não consegue perdeu, esta fora. Junior esta sentado na janela, mas cuida quem esta entrando ainda no ônibus. E nota uma garota de 16, 17 anos com uma pasta na mão, cabelo preto preso em rabo de cavalo que não era bonita nem feia, mas fazia o tipo de Junior. A senhora que sentou ao lado de Junior puxa papo falando que tinha ido visitar o marido na santa casa, ele estava muito doente etc...Junior nem ouvia, só olhava para esta jovem de pé ao lado de seu acento. Junior pede desculpas a senhora e oferece o lugar a moça, que a principio fica sem jeito para aceitar, mas acaba sentando. A senhora agora puxa papo com a moça que só concorda com tudo que a velha diz e volta e meia troca um olhar com Junior. Chega o ponto da velha que se despede e abre espaço para Junior sentar ao lado da garota. Depois de alguns momentos de constrangimento mutuo eles engatam numa conversa agradável sobre o show do R.E.M. que houve a algumas semanas, o nome da garota era Christiana – mas pode me chamar de chris, todos me chamam assim – Junior disse que não tinha ido mas tinha ouvido quase todo show do pátio da casa, que ficava perto do estádio do Zequinha. Chris disse que tinha ido e gostado bastante. E não era todos dias que vinham bandas desta importância a porto alegre, Junior comentou que o ultimo show de grandes bandas que tinha ido era o Metallica em 98. estava chegando o ponto aonde Junior tinha que descer e quando fui se despedir viu que era o mesmo ponto de chris. Junior surpreso com a agradável coincidência falou:
- puxa, tu mora por aqui? Nunca te vi pelo bairro.
- Moro aqui a pouco tempo, vim do interior para fazer faculdade aqui em porto alegre.
- Hm, interior? Aonde?
- Dois irmãos.
- Há, legal...
- Médio, não gostava de lá. Aqui é muito melhor.
- Olha, não quer me dar seu telefone para nos falarmos com mais tempo?
- Eu moro com uma senhora, meio tia, ela é muito chata. Não gosta que eu...sabe? me da seu telefone, se não for problema.
- Não é não, - e anota o numero numa folha do caderno que chris tinha na pasta – sei como são estas senhoras, nos falamos, foi um prazer te conhecer..tchau.
- O mesmo, tchau.
Algumas semanas depois, Junior seguiu sua rotina, já tinha praticamente esquecido aquele encontro. Trabalho, churrascos, futebol aquele agradável encontro já não estava mais nas lembranças. Ate que chegando em casa a mãe dele avisa que ligaram para ele, não deixaram o telefone mas falaram que ligariam de novo. Junior não deu bola, foi para o quarto botou a roupa de jogar bola e saiu. Os amigos dele jogavam futebol todas quartas numa cancha ali perto. Jogo pegado, duro e nada amistoso para dois times de amigos. Junior se machucou numa disputa de bola e veio para casa mais cedo, perdeu o tradicional churrasco pós jogo. Chegou em casa tomou um banho e pôs gelo no joelho. Ele estava sozinho em casa, fez um sanduíche e sentou para ver televisão quando tocou o telefone:
- alô?
- Quem fala?
- Junior, quem fala aí?
- Ah, oi. Junior? Eu sou a chris. Nos conhecemos no ônibus estes dias, lembra?
- Lembro, lembro sim – mentira, Junior não lembrava – mas e ai, tudo bem?
Conversaram amenidades, trocaram impressões sobre bandas. Filmes,só papo furado. Mas interessante mesmo assim. Combinaram de se verem na sexta para tomar uma cerveja e comer alguma coisa num barzinho. A expectativa de Junior era zero, nem lembrava da cara da garota. Mas como dizem “estamos ai, não é?”. Chega a sexta, Junior já saiu atrasado de casa tinha esquecido o maldito encontro e tinha ficado jogando playstation. Tomou um banho rápido, jogou um pano por cima do corpo e lá foi ele. O raio do ônibus demorou e teve que tomar uma táxi, pois já estava super atrasado. Morreu em quase 15 reais nessa brincadeira. Chegando lá chris já estava esperando há uns 40 minutos e estava uma fera. Junior já chegou se desculpando:
- puxa chris, desculpe. Minha mãe estava super doente, tive que ficar cuidando dela e dar atenção. Mil perdoes.
- Hm...mãe, sei. Mas estava quase indo embora, achei que não viria mais. – disse ela com fúria nos olhos verdes. – isso é coisa que se faça, dar um bolo assim?
- Poxa, minha mãezinha doente...desculpe mesmo. Mas então vai beber alguma coisa? – e chama o garçon – eu vou querer um Hi-Fi, capricha na vodka, hein chefia? E tu, chris, vai querer o que mesmo?
- Coca cola, sem gelo.
- Coca não tem – avisa o garçon – só pepsi ou guaraná.
- Guaraná então...
- E garçon, aquela dose de vodka, viu? – gritou Junior quando o garçon ia indo embora – então chris, o que tu me conta?
- Nada, já estava indo embora mesmo.
- Ah que é isso, garota...já pedi desculpas...tu estuda o que mesmo?
- Medicina, na UFRGS...- disse ela totalmente irritada – quero ser cirurgia plástica.
- Putz, acho isso uma coisa de doente, cirurgia plástica. Tem que aceitar o corpo como ele é. Nunca ouviu falar de gente que para ter barriguinha morre na mesa de cirurgia?
- ...
foram chegando vodkas e mais vodkas, e Junior estava só dando bolas fora com a garota. Quando chegou meia noite ele estava totalmente alcoolizado e a chris puta da cara. Acabaram a noite pela metade. Ela jurou nunca mais ver ele nem pintado de ouro. Junior entrou num táxi e a cada 15 metros mandava o motorista parar para ele vomitar no cordão da calçada. Quando chegaram na porta da casa do rapaz o motorista puto da cara queria cobrar a mais pela sujeira que ele fez no táxi, xingou o coitado fez um escândalo que acordou alguns vizinhos. Junior entrou, bebeu um copo de água e se atirou na cama. O helicóptero como dizem estava zunindo na cabeça do rapaz. Vomitou mais algumas vezes num balde ao lado da cama. No dia seguinte o que havia acontecido era um mistério para ele. Quando se lembrou quase teve um ataque, como ele podia ter dado tanta bola fora com uma moça que era bem jeitosa. Passaram algumas semanas, Junior já havia se recuperado do vexame. Aquilo era artigo do passado. Voltou tudo ao normal, trabalho, ônibus lotado, churrasco, futebol. Um dia Junior chegou em casa e foi jantar na cozinha, ligou na band e ficou vendo o jornal da televisão. Estava noticiando o miss rio grande do sul, mulher bonita é sempre bom de se ver, mesmo que na televisão. Quando estavam mostrando as misses veio o choque, a miss dois irmãos era a christina. Ai voltou todo o vexame daquela noite e a bobagem incrível que foi fazer aquilo, hoje ele podia ser namorado de uma miss. Mas como o papel de otário que ele fez aquele dia isso era um verdadeiro cu de miss.

12/11/08
16:26hrs

sábado, 1 de novembro de 2008

cupons


Cigarros umedecidos por cerveja
Da noite passada
Você acende um
Se engasga
Abre a porta em busca de ar
E junto a entrada
Esta um pardal morto
Sua cabeça e seu peito
Arrancados.

Pendurado a maçaneta
Há um anuncio da all american
Burger
Que consiste de alguns cupons
Que
Dizem
De 12 de fev. a 15 de fev.
Você ganha de graça
Um pacote de batatas
Fritas médio e um
Copo pequeno de coca cola.

Pego o anúncio
Embrulho o pardal com ele
Levo ate a cesta de lixo
E despejo lá
Dentro.

Veja:
Renunciando a batatas e coca
Para ajudar a manter
Minha cidade
Limpa.

charles bukowski.
"o amor é um cão dos diabos"; LP&M.

sorte


O que está mal a respeito disso
Tudo
É ver as pessoas
Bebendo café e
Esperando. Gostaria de
Embebê-los todos
Na sorte. Precisam
Disso. Precisam bem
Mais do que eu.

Sento nos cafés
E os vejo a
Esperar. Não creio
Que haja muito mais
A fazer. As moscas
Vão pra lá e pra cá
Nos vidros das janelas
E bebemos nosso
Café e fingimos
Não olhar uns para os outros.
Espero junto com eles.
Entre o movimento
Das moscas
As pessoas vagueiam.

charles bukowski.
"o amor é um cão dos diabos";LP&M.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

o Haiti é quase aqui


Carlos trabalhou durante um ano inteiro na companhia de seguros do seu tio, mas só pensava numa coisa durante todo o tempo, na sua viagem para o Haiti. Falava constantemente disso para os colegas de trabalho, chegando a ser ignorado por certos amigos, que não agüentavam mais ouvir disso. Era para Carlos um sonho, aquela maravilhosa ilha caribenha, e sua cultura incrível. Avisavam Carlos sobre os perigos de ir para lá, a constante briga política, os seqüestros de estrangeiros e coisas do gênero mas ele não dava nenhuma bola para isso. Morava em porto alegre, cidade sem praia, só um lago que teimam em chamar de rio, concreto por todos os lados, asfalto, poluição, ônibus lotado, gente aos montes. Ele queria ver uma praia daquelas de filmes, estilo lagoa azul, com água transparente que tu pode ver os pés no fundo do mar, nadar, tomar sol e beber aqueles coquetéis com a sombrinha no copo. Quinze dias tomando sol, sem saber de mais nada. E ate planejou as férias para o inverno, tendo que trabalhar durante todo verão no calor acachapante de porto alegre. Nos dias que antecederam a viagem não se via ele falar de outra coisa alem de Haiti, Haiti, Haiti. Carlos era solteiro, jovem, bem apessoado, ate que era bom de papo, mas cansava as vezes. Então lá se foi ele para a tão sonhada ilha caribenha. Passaram os quinze dias e ele volta, todos perguntam como tinha sido realizar aquele sonho que ele vinha torrando todos a respeito nos últimos meses, mas ele é evasivo desconversa sobre a viagem. Todos estranham, ate seu tio dono da empresa que Carlos trabalhava como seu assessor. Quando convidavam Carlos para esticar para um happy hour ele dizia que não dava, tinha trabalho esperando por ele. Argumentavam e ele insistia que não dava, sem chance. Começaram a desconfiar que havia alguma coisa com ele. Um dia, Eugenio saiu junto com Carlos e o acompanhou no ônibus, foram conversando. O amigo pergunta a Carlos o que estava acontecendo com ele que nunca tinha tempo para nada mais era só de casa para o trabalho e do trabalho para casa. Carlos então conta o mal que lhe afligia.
- Eugenio, vou te falar o que esta acontecendo. Mas ó bico fechado, não espalha para mais ninguém, viu? Senão...não sei o que pode acontecer.
- Cara, tu ficou branco de repente, o que esta havendo. Tu não matou ninguém, né?
- Matei sim, matei e bem matado!!!
- Bah cara, calma. Como assim matou? Me explica isso direto.
- Na viagem ao Haiti conheci uma neguinha, linda. Linda de morrer. Me apaixonei e casei com ela. E a trouxe para cá. Ela fala um pouco de português, mas misturado com francês e inglês. Mas ela é uma fera, braba como o diabo. E outra é macumbeira. Mexe com este lance de voodoo, manja? Quem eu matei foi meu sossego, não posso fazer mais nada senão tenho que prestar contas a ela. Se chego cinco minutos atrasado ela monta num porco. Quase me bate e jura que se eu trair ela faz um boneco voodoo daqueles e me enche os olhos de agulhinhas. Para não poder olhar outra mulher na vida!
- Bah, cara. Só lamento. Mulher braba é foda. Ó meu ponto, desço aqui, e fica tranqüilo que não falo nada para ninguem. Abraços.
O tempo passou e Carlos só vivia em função do raio da mulher e trabalho. Casa, trabalho, trabalho,casa. Ele ficou um cara serio, com aparência de cansado sempre, nunca estava de bom humor. Chegou em casa um dia e a mulher dele estava de péssimo humor, mais que o normal. Marie Claude, se chamava a moça, Carlos não exagerou a respeito da beleza da moça, uma negra linda, daquelas de desfilar como destaque de carro de escola de samba do rio de janeiro. E quando ele bateu a porta atrás de si ela já veio com raiva ao seu encontro não deu tempo nem de tirar o paletó e muito menos a gravata.
- o que tu andarr fazerrr? Estarrr onde, crapule?
- Calma, Marie, o ônibus atrasou!! Desculpe.
- Pardon, nada. Vou fazerrr uma coisa que tu non vai aimer.
- Já pedi desculpe. Posso jantar?
E Carlos jantou e foi ver televisão na sala, mas a Marie ficou na cozinha sozinha. Carlos grudou o olho na televisão e ficou lá ate meia noite. Acabou dormindo sentado na poltrona da sala, ali mesmo. Marie, que estava uma fera ficou ate tarde trancada na cozinha fazendo alguma coisas. A noite passou, quando o sol raiou na janela Carlos acordou. Abriu os olhos, se espreguiçou. Quando se deu conta, não entendeu direito o que estava havendo. Parecia estar numa gaiola de passarinho. E estava mesmo! Começou a gritar, mas tinha neste momento não mais que 30 centimetros. Ficou gritando a plenos pulmões. Olhou o relógio da parede eram recém sete da manhã. Ate que se sentou num canto da sua gaiola e chorou, chorou e chorou. Tinha um pote com água, estilo o de passarinhos mesmo. Bebeu um pouco de água e chorou mais um pouco. Marie Claude acordou por volta de onze da manhã e nem olhou para a gaiola no meio da sala. Carlos gritou feito doido ao ver a negra linda passar mas ela nem deu bola. Tomou café, depois um banho, pegou o jornal na porta e leu o horóscopo e só então foi ate a gaiolinha que Carlos estava. Chegou perto e disse se esforçando no seu melhor português:
- o que estar havendo contigo, my little?
- Como assim, sua doida? O que tu fez comigo?
- Eu avisar, tu me magoa eu fazer coisas contigo.
- Mas o que foi que eu fiz, sua maluca?
- Eu saber que tu fazer coisas, im not stupid, you know?
- Puta merda, sua maluca...eu vou..
- Agorra ficar bonitinha ai, que eu vai sair...
- Mas...
E Maria Claude foi para o quarto, pôs um vestido branco penteou os cabelos e saiu porta afora, deixando o coitado do Carlos miniatura gritando feito doido, enlouquecido dentro da gaiola. Pelo menos ela fez o favor de ligar a televisão para ele passar o tempo. Ela volta três e pouco da tarde. Ele esta mais calmo, dentro do limite do possível, ela chega perto e coloca um pedaço de pão e um dedal de cerveja para ele. Como se fosse a coisa mais natural do mundo ter uma pessoa de trinta centímetros no meio da sala dentro de uma gaiola. Ligam do trabalho atrás de Carlos, mas a Marie forçando um português diz que ele saiu cedo e não sabe nada dele. Passa uma semana assim, a vida parece quase normal para ambos, ate que um dia Marie saiu a tarde, tipo pela uma como fazia quase todos dias, mas desta vez não volta sozinha. Volta com um homem grande, forte, muito musculoso, de cabelos bem pretos e de pele bronzeada. Carlos protesta da gaiola, mas Marie põe uma toalha por cima da sua residência e acompanha o moço para o quarto. Ela liga o radio bem alto mas Carlos sabe o que esta acontecendo lá dentro. E cada dia ela volta com um homem diferente por um mês. No final deste período Carlos já totalmente apático, sem força nem para protestar mais sobre nada pede para Marie um único favor. Mata-lo, ele não agüenta mais esta humilhação, não tolera mais a vida. Só quer ter uma morte tranqüila, de preferência dormindo. Marie da um sorriso, põe o vestido branco, que ressalta os seus seios lindas e os quadris de moça de ótimas proporções e volta desta vez bem tarde, de madrugada já. Carlos dormia na sua gaiola. Magro, exausto, totalmente cansado de tudo. Na manhã seguinte ele acorda, sente uma coisa estranha, que não sentia a muito tempo, um tempo infinito de agonia. Sentia um travesseiro. Abre os olhos, devagar e percebe que esta na cama. Levanta rápido, olha no espelho e esta de volta ao normal. Grita, pula, salta por toda casa sentindo um alivio, uma dignidade de volta, sentindo-se gente. Corre pela casa toda e acha um bilhete na porta da geladeira que dizia o seguinte:
“my little Carl, agora acabou tudo. Eu perdoar tu. Fiz muito mal contigo no ultimo mês, mas agorra passar toda raiva. Eu achar homem mais melhor que tu. Levei tudo para casa dele noite passada. Tu ser homem livre agora. Amor, Marie Claude.”
E tinha um beijo de batom no fim da carta. Carlos fica ainda mais feliz, grita, salta. Põe uma roupa e vai para o bar mais próximo e pede todas cervejas, vodkas, whiskys que tem no bar. Volta ao trabalho dizendo que tinha estado com pneumonia no ultimo mês e por isso não tinha aparecido. Desculparam ele, mas sera devidamente descontado do ordenado e férias já eram. Para Carlos férias era sinônimo de mau agouro. Queria trabalhar 24, 36, 48 horas por dia 365 dias por ano ate esquecer esta provação que passou. Depois de um tempo indo para um happy hour como fazia antes das férias malditas no Haiti ele cruza com Marie Claude. Ela não vê ele mas ele pede licença aos colegas e se desprende do grupo e segue de longe sua ex-namorada. Anda atrás dela por umas três quadras e vê ela parar na frente de um prédio chique que dizia no letreiro CENTRO DE UMBAMDA PAI TOMÁS. Uma criança esta distribuindo uns panfletos e ele pega um, que diz:
“se marido te trai? Seu sócio esta te roubando? Tratamos e resolvemos tudo de modo seguro. 100% garantido.”
Carlos da uma risada mas ao mesmo tempo sente um frio na espinha, refaz o caminho de volta ao bar que estão os amigos e conhece uma crioula linda, leva ela para sua casa e torçe para que não seja metida com voodoo.

27/10/08
20:21hrs

domingo, 26 de outubro de 2008

que fim levou elisabeth shue?


12/08/1997 – local : festa de aniversario de Soares

Lucio bate no interfone, aguarda o sinal para abrirem o portão do apartamento do seu amigo, amigo de um amigo na verdade, soares. O elevador demora um pouco a chegar e Lucio fica cantarolando “singing in the rain” ate o elevador chegar. Quando abre a porta tem uma moça dentro do elevador com varias caixas na mão e Lucio entra com seu pacotão que envolvia seu presente. Os dois se olham e fica aquele clima de dividir um espaço mínimo com uma pessoa totalmente estranha a você. Lucio constrangido começa a assobiar a melodia e a moça da um leve sorriso. Quando a porta abre novamente os dois saltam no mesmo andar, Lucio vai para direita e a moça para esquerda. Ele bate no 782, demoram muito a atender e não parece estar havendo uma festa de aniversario naquele apartamento só há silencio dentro. Quando na quinta vez que toca a campainha aparece na porta um sujeito por volta de 50 anos, careca, de pijamas e com um aspecto cansado e Lucio pergunta por soares. O sujeito diz que é o numero 712 no outro lado co corredor, Lucio agradece a vai para a porta certa. Toca a campainha e de dentro se ouve conversas, musica alta e risadas. Soares abre a porta e cumprimenta Lucio, que mostra o pacotão que trouxe, Soares pega e leva para sala aonde estão uns cinco ou seis amigos. Todos cumprimentados e Lucio vai para junto do amigo em comum dos dois, Marcio. Soares abre o pacote e fica tão feliz que da um urro: CARALHO, UM VIDEO CASSETE NOVO!; soares abraça efusivamente o seu mais novo melhor amigo. Soares agradece muito por isso, Lucio tinha perguntado a Marcio o que o amigo gostava “filmes, musica, artes?” Marcio disse que soares era vidrado em filmes, ate demais para ele. Ficava sempre que tinha um tempo livre na sala de cinema. Achou que Lucio daria uma fita de VHS, um pôster de algum filme. Ele surpreendeu a todos em dar um vídeo cassete. Foi a sensação da festa, quando alguém lhe alcança um copo de cerveja entra na sala Soninha com pratos de salgadinho, dizendo: gente, vamos com calma agora. Não vou sair de novo para buscar mais croquetes. Lucio vê a moça que subiu no elevador com ele, quando ela vem e se senta no braço da cadeira que soares esta sentado depois de por na mesa de centro um pratinho com croquetes, coxas de galinha e empadinhas. Começam a falar de filmes, o filme que soares estava fascinado era “o santo”, com Val Kilmer e Elisabeth Shue. Falou e falou que era um filme adaptado de uma serie de televisão, que a serie era com o Roger Moore, que era com o Roger Moore antes de virar o 007, rolou uma gozação sobre o Roger Moore, alguém disse: meu nome é bunda, James bunda. Ele foi um péssimo 007, sem comparação com o Sean Connery. Soares ficou falando e falando que o ponto é que aquela invenção que aparece no filme era excelente, tinham que fazer aquilo, um aparelho que aquece a base de fusão a frio. Genial isso, e vocês tem que admitir o Val Kilmer arrebentou como Jim Morrison. Depois de dez minutos de todos ouvirem considerações sobre filmes o grupo se dispersa, entram em outras conversas pelos cantos da sala. Soninha chega perto do Lucio e pega o seu braço e agradece muito pelo vídeo, muito gentil da parte dele dar um presente tão caro e bem que precisavam de um novo, o agora antigo e em breve aposentado vídeo estava com defeito, a imagem ficava riscada etc. Lucio diz que não foi nada demais, afinal era só um vídeo cassete. e fica conversando animadamente com Soninha por uns 20 minutos sobre um aparelho que vai mesmo acabar com o VHS, uma coisa mais ou menos como o CD que ele ouviu uns amigos de uma loja de eletrônicos falarem a respeito, não tinham bem certeza, mas ia acabar com o vídeo. Ela achou gozado e gostou muito da conversa. Quando Lucio pergunta: então você namora o aniversariante? Vi você sentada no braço da cadeira dele antes. E ela diz que sim. Depois disso cada um vai para um canto da festa que acaba por volta de meia noite.

20/10/2000 – local: locadora de vídeo.

Soninha esta olhando as prateleiras, atrás de um filme para ver, olha com cara de atarantada a imensidão de filmes pelas paredes e parece perdida. Pega “dançando no escuro”, mas não tem bem certeza que é isso que quer ver. Quando chega no caixa olha o rapaz na sua frente e diz como que lamentando: putz, era este que eu queria. O rapaz vira-se e diz: este? E mostra a capa do filme. A moça lamenta: sim. Este mesmo, ouvi falar muito bem deste filme “amnésia”. O rapaz faz cara de quem lembra alguma coisa e pergunta: você não era a moça da festa que fui a uns dois ou três anos atrás? E moça olha com cara pensativa e diz: sim, sim. você foi o cara que trouxe o vídeo. Sim, sim. agora lembrei de você. E aí, o que você tem feito? Lucio faz cara de preocupado e lamenta um pouco: trabalho, muito. É ate bem raro ter tempo para ver filmes hoje em dia. Mas se quiser pode levar este, é só uma recomendação de uma amiga. Soninha fica vermelha de vergonha e diz: não, não. Você pegou ele antes. Não vou cortar seu barato, se já não tem quase tempo de ver filme nenhum. Lucio da uma risada: não, não mesmo. Eu ínsito que você leve ele. Acho que vou levar o “cara, cadê meu carro?” preciso mesmo dar umas risadas. Soninha como queria muito ver o filme que Lucio tinha na mão, não objetou muito. Na porta da locadora, já saindo trocaram mais algumas palavras. Lucio perguntou: então, como vai o soares. Vendo muito vídeo?
Ela fica desconfortável e diz: não sei dele e não quero saber, acabamos à algum tempo e não foi nada legal para nenhum de nós isso. Acabaram trocando telefones para baterem um papo e beber alguma coisa juntos uma hora destas. Quase duas semanas depois, Lucio telefonou para soninha e foram a um bar com musica ao vivo e lá conversaram. Ele pediu uma cerveja e ela uma cuba de coca, não podia ser pepsi. Conversaram durante horas:
- lembrei de você durante muito tempo – ela disse, - uma coisa ficou na minha cabeça.
- Ah é mesmo? – surpreso com esta afirmação – espero que seja por alguma coisa boa.
- Foi sim, - ela respondeu – aquela historia do DVD, sempre que vou a locadora e olho estas coisinhas lembro de você e daquela festa. Engraçado isso, não?
- Bobagem isso, - diz ele se divertindo com a lembrança de Sonia – coisa a toa...
- Mas e você? Ainda anda distribuindo vídeos cassete ou já são aparelhos de DVD hoje em dia? – ela brinca com ele – não, acho que agora já tem alguma outra novidade para divertir as festas de gente que você mal conhece...
- Não, aquilo foi bobagem, eu tinha ido a Rivera na época e tinha em casa aquele vídeo. Era para ser da minha tia, mas ela não soube nem ligar ele na tomada...- e da um sorriso de orelha a orelha.
Conversa vai, conversa vem. Já era quase duas da manhã, na saída ela diz que vai tomar um táxi para casa. Lucio pergunta se ela não tem carro, Soninha da um sorriso e diz: pergunta besta, se vou tomar um táxi como teria carro? Lucio responde:pode estar na oficina. Mas como não esta na oficina e esta na revendedora, vou te dar uma carona ate sua casa. Vão para o estacionamento, entram no carro e partem para casa dela. Na porta e já meio bêbada pergunta se ele não quer tomar uma saideira no apartamento dela. Ele imediatamente topa, estaciona o carro e sobe. Isso foi o começo de um namoro de três anos. Lucio trabalhava muito, como disse na locadora quando se reencontram. Depois de algum tempo precisou trabalhar ainda mais e quase não tinha tempo para Soninha, que reclamava constantemente a falta de atenção, o fato de Lucio não querer casar apesar de morarem juntos a dois anos e meio. Chegando a duvidar que haviam outras, mas Lucio era um rapaz correto e com paciência de jò, mas as brigas foram cada vez mais constantes e mais agressivas. Ate que decidiram romper com tudo, pois o clima era insustentável. Tinham cada um 25 anos e este clima já não era nada bom para ambos. Lucio fez as malas e foi embora.

12/10/2008 – local: festa de aniversario de Cardoso.

Lucio chega atrasado, muito tarde para o churrasco marcado para uma da tarde, quando entra no pátio da casa de Cardoso já haviam grupinhos de conversa formado. E ao seu lado esta Manuela, sua namorada. Ele passa cumprimentando todos e fica no meio de uns quatro ou cinco rapazes que falam do absurdo que foi a decisão do STJD que suspendeu três jogadores do grêmio com penas rigorosas demais, o campeonato era comprado para darem a um paulista o titulo como fizeram em 2005 com o inter. A conversa esta bem animada, Manuela esta num grupinho de meninas que falam de novela e fofocas do mundo dos artistas. Quando Lucio vê de longe Soninha, fica com um pouco de medo mas se aproxima e da um alô para ela. Soninha estava num dos grupos, não no de garotas. Estava num grupo que falavam das eleições que vinham a seguir em porto alegre, que mais quatro anos de PT não dá, mas Fogaça também não era uma boa. Mas eram os candidatos a irem para o segundo turno. Quando Lucio puxa ela para um canto e começa a falar: Sonia, você não sabe o quanto sinto sua falta. Não tive mais sossego desde que acabamos, durmo mal, vivo atrasado para o trabalho que já não rende mais tanto quanto aquela época, a vida esta um inferno e a nova namorada só quer sair para gastar dinheiro. Quando Lucio esta declarando suas mais secretas intimidades, quase em prantos, desesperado alguém se aproxima sorrateiramente e dá um tapão no ombro de Lucio e grita: AH SEU SAFADO, AQUELE VIDEO FOI UMA MÃO NA RODA. A QUANTO TEMPO, HEIN, SEU SACANA. NÃO TE VEJO DESDE AQUELA FESTA. Lucio, olha para trás e vê Soares. Da um sorriso amarelo e pede licença para ele dizendo que esta resolvendo um assunto particular, se ele não se importa. Soares diz que não, mas quando vai saindo grita: AMOR, SONINHA, VAI RAPIDO QUE ESTAMOS DE SAIDA. Ele congela por um instante chocado, como não acreditando no que acabou de ouvir quando cai a ficha para ele. Que olha no rosto de soninha totalmente sem graça que fala: que fim levou Elisabeth Shue?

26/10/08
21:51hrs

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

visão sobre o caso lindenbergh e a mídia


Luzes, flashes, câmeras de tv
Transmitem ao vivo o sofrimento de três pessoas,
Lindenbergh, Eloá e Nayara.
Repórteres atrás do furo, informações de cocheira,
Ou algo para aumentar o ibope;
Pouco importa o futuro dessas três pessoas dentro
Do cativeiro macabro ao qual estão presas.
Dentro dele o amor despedaçado,
As promessas de eterno amor se
Desfazem como um picolé no verão .
As horas passam, os momentos de terror
Vão ficando na memória dos reféns
E dos telespectadores abjetos que anseiam por um desfecho.
Seja ele qual for. A sorte dos participantes foi lançada
Pelos dados viciados do satanás.
Passam horas, passam dias, passam idéias na cabeça
Do seqüestrador que se mantém firme com seu coração ferido
Pelo ciúme doente que o trouxe ate aqui e agora não pode mais
Parar, fugir. Voltar atrás, apagar o que houve não é uma opção.
Matar e morrer é o que ele planeja na sua mente tortuosa e sinistra.
A vida de um homem foi jogada na lata do lixo,
Destruída por uma loucura súbita
Que vem do fundo da alma e não pode ser apaziguada
Por nada a não ser vingança pelo amor ferido.
Canais de televisão dando destaque exagerado demais,
Cobertura ininterrupta, vinte e quatro horas.
Mídia transformando um amor ferido no hype do momento;
Quatro dias passam, todos aguardam a hora do fim.
Policia ouve de dentro do apartamento um estampido,
Jogam uma bomba na porta, que não se quebra por inteiro,
Tem algo obstruindo o caminho,talvez um sofá, uma mesa;
O desfecho desta historia de amor é
Uma menina Nayara ferida no rosto, Eloá morta e Lindenbergh preso.
Paramedicos entram em cena, o seqüestrador é preso ainda com vida
Os telespectadores ficam tristes, mas aliviados,
Por ter chegado a um fim ainda que trágico.
Acabou a noticia, repórteres recolhem as suas câmeras e seus microfones.
Amanhã todo o drama destas pessoas, que encheram paginas e paginas
De jornal será papel para enrolar peixe.
O que houve com o caso Isabela Nardoni? Ou o caso João Helio?
As pessoas que por meses e meses deram destaque
estas tragédias ainda se importam com elas?
Ou em como ficaram as famílias?
Ou noticiaram o desfecho destas tragédias?
A resposta é NÂO então
Que venha o novo crime brutal, para ocupar os preciosos minutos e paginas
Dos jornais.
Azar dos brasileiros que vêem, se emocionam e esquecem
Tudo com a brevidade de um intervalo comercial.
Afinal quando é o próximo jogo da seleção mesmo?

13:09hrs
24/10/2008

terça-feira, 14 de outubro de 2008

o roto e as gostosas


Mulheres me odeiam, mas eu as amo ainda mais.
Algumas coisas são imutáveis,
Gostosas não gostam de derrotados
Olham sem dó nem piedade nossa cara arrasada;
De quem já desistiu á muito tempo
Da vida em sociedade.

Bucetas, tetas e bundas passam constantemente
Nos meus olhos que anseiam por um momento de prazer.
Um roto caído das batalhas da vida,
Sem chance, sem historia, sem uma vida.
Passando dias bebendo e fumando compulsivamente
Aguardando o juízo final.

Continuo como se isso fosse a coisa
Mais natural da vida,
Olhando estas mulheres lindas que
Nelas só desperto repulsa sem um pingo de compaixão
Sorte do dia:
“nosso primeiro e ultimo amor é o amor próprio”

14/10/08
15:16hrs

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

detetive lesma pega no meu pé.


A radio do bairro recebe um telefonema incrível, o repórter vai correndo para o local averiguar. Chegando lá, a dona senhorinha esta nervosa na porta quando o repórter Souza pergunta aonde esta. Dona senhorinha, uma viúva de 40 anos, sem filhos e muito bonita mas que não saia de casa e estava sempre de chambre e pantufas com uma cabeça de gato de enfeite leva Souza ate os fundos aonde passa o riacho do bairro e mostra o que ela achou hoje cedo. Souza fica horrorizado, é um pé humano decepado boiando na margem do rio. Souza grava uma matéria com dona senhorinha e volta para radio. Nas semanas que se sucedem, Souza voltou mais quatro vezes aquele local, por conta de mais quatro pés decepados. O bairro estava em polvorosa a esta altura. O que estaria havendo? Uma gangue sanguinária? Um serial killer andando por um bairro residencial? A policia foi chamada, fez as perguntas a dona senhorinha, recolheu depoimentos e não voltou mais. Então Souza, que farejava uma boa historia, se lembrou do lesma. Se conheciam de vista pelo bairro, não eram exatamente amigos. Pegou o numero do escritório do detetive e bateu um fio.
- alo? Gostaria de falar com o lesma, por favor?
- Sim, quem esta falando?
- Aqui é o Souza, da radio som das ruas. Quem fala aí?
- Aqui é Carminha, já vou chamar o lesma.
Carminha avisa ao seu namorado que lhe chamam no telefone e disse quem era, ele acabou de fazer a barba bem devagar, acendeu um cigarro e pegou o fone.
- sim, alô. – Souza deu um breve relato de tudo que estava acontecendo. – sim, entendo, te encontro na frente da casa desta senhora para darmos uma olhada. Tchau.
Duas da tarde lesma esta na frente de casa de dona senhorinha fumando uma cigarro e nada do Souza aparecer. Bate a campanhia e explica a senhora quem é e diz que o repórter esta atrasado e gostaria de dar uma olhada nas coisas. Se dirige aos fundos da casa, olha o riacho e desce pela encosta e sobe o rio ate onde pode se chegar a pé. O fim do caminho é os fundos de uma serraria. Lesma volta e encontra Souza de papo com dona senhorinha. Lesma que não conhecia Souza, um repórter de 50, 55 anos, que nunca conseguiu um bom emprego no ramo e acabou numa radio de bairro, cobrindo discussões entre vizinhos, ofertas de mercado do bairro, novos buracos na rua, tinha uma aparência meio acinzentada, quase careca, usava uma roupa rota e fumava um cigarro mata ratos. Quando viu lesma parou o papo com a dona e veio ao seu encontro.
- então, lesma, descobriu alguma coisa?
- Hm...acho que sim, o fim do riacho é numa serraria. Lugar perfeito para serrar pessoas. Vamos lá dar uma olhada?
- Claro, acho que esta historia pode me projetar para alguma radio melhor ou quem sabe um jornal. – Souza se vira e beija a mão de dona senhorinha, e volta-se para lesma continuando a conversa – tipo uma sessão de bairro, seria ótimo!
- Sei...vamos de uma vez...
No caminho vão conversando amenidades, futebol, noticias do bairro, fofocas entre vizinhos, administração do bairro que anda um lixo. Ate que Souza fala:
- sabe lesma, gozado este nome, mas não importa. Acho que você vai matar esta charada, policia idiota, nem deu bola para isso. É obvio que só pode ser coisa de serraria.
- Sei, vamos dar uma olhada antes. Não pode ser tão barbada assim...mas vamos lá!
Na frente da serraria eles vêem a porta aberta e vão entrando um sujeito simples vem ao encontro deles e pergunta o que eles querem. Lesma diz que precisa de uma pedaços de madeira para fazer uma prateleira e se possível serrar eles do tamanho certo. O funcionário diz que sim, podem ir no deposito escolher os pedaços que querem levar. “de graça, né?” diz lesma.
Depois de escolhidos os pedaços vão ate a serra e começa a conversar com o cara:
- pois é, perigoso isso, esta serra.
- Hahaha, para principiante talvez, é muito simples mexer nisso. É só por aqui e acertar ali. – mostra com a facilidade de quem esta habituado a fazer isso – ó, viu?
- E tem algum principiante trabalhando aqui, algum funcionário novo?
- Não, o patrão ate esta viajando. Deixou tudo comigo. O negocio esta devagar inclusive. Pronto, suas tabuas estão serradas. É só isso?
Eles pegam as tabuas e saem porta afora, e ficam conversando lesma e Souza:
- Acho que não tem nada ali demais. Dei uma boa olhada pela serraria, nada de sinal nenhum de sangue ou qualquer sinal de briga. E o sujeito parecia do bem, sujeito simples. Se tivesse alguma coisa na cabeça teria desconfiado. Foi super gente fina.
- É, gente fina ate demais,não achou? Isso é meio suspeito. Talvez esteja escondendo alguma coisa.
- Não creio, acho que é normal isso. Faço isso de pedir madeiras volta e meia, conheço este tipo de gente.
- Então, como se explica os pés serrados no riacho?
- Acho que é alguma gangue que esta desovando eles ali, passam de moto a noite sem ninguém ver e jogam eles ali. Provavelmente nem são daqui de perto. Foi dado alguém por sumido no bairro?
- Não, não que eu saiba.
- Então esta bem Souza, foi um prazer, e vai devagar na viúva...
- Hã?
- Hahaha...ate mais ver, a gente se fala...
Na sexta seguinte Souza teve um encontro com dona senhorinha, um jantar, uma bebidinha, musica. Os dois na meia idade e sozinhos, se deram bem naquela noite. No sábado, um senhor que mora descendo mais o riacho liga para a radio som das ruas, acharam um pé com pantufas cor de rosa enfeitado com a cabeça de um gato...

10/10/2008
14:09hrs

domingo, 28 de setembro de 2008

a romantica.




No décimo quinto dia do casamento, Dinaura estranhou:
- o que é que há contigo?
Sobressaltado o marido:
- comigo? Nada, por que?
E ela, num suspiro:
Esta com uma cara!
Muito sensível e perspicaz, Dinaura vinha notando o seguinte: que a partir do quarto ou quinto dia da lua-de-mel, Joãozinho deixara de ser o esposo maravilhado e sôfrego. Por exemplo: seus beijos iniciais eram de uma exemplar voracidade e quase a sufocava. Por vezes, queria protestar “que é isso, meu filho? Calma no Brasil.” Ele, numa auto-satisfação profunda, feliz por este temperamento, fazia cabotinismo:
- você ainda não viu nada!
- credo!
E de repente, Dinaura começou a sentir pequenas mudanças e uma serie de de sintomas desagradáveis. Os beijos não tinham nem a mesma intensidade nem a mesma duração. Ele começou a bocejar muito, na sua frente, sem o menor escrúpulo. Dinaura deixou passar uma, duas, três vezes. Por fim não se conteve:
- ih, meu filho!
- o que?
- tão feio isso que você faz!
Espanto honesto de Joãozinho:
- mas eu não fiz nada!
- fez sim! Bocejou na minha frente!
- Ué?
Ela, sentida, desencantada, insistiu:
- considero isso uma falta de poesia tão grande!

Eterna lua de mel

Era filha única, criada com muito mimo. Não podia ter um resfriado, uma coriza trivial, porque a família caía no pânico mais desenfreado. Já era noiva e ainda ouvia recomendações pressagas:
- olha o sereno, Dinaura! Cuidado com a friagem!
Fisicamente frágil, sem saúde: suscetível de gripes constantes e sob a suspeita de sinusite – Dinaura pouco sabia pouco sabia da vida, dos homens e de suas paixões. Tinha ingenuidades das mais alarmantes, infantilidades de tal ordem que um exagerado cochichou, certa vez:
- mas esta menina é uma débil mental!
Nem tanto, nem tão pouco. Fora educada como numa redoma, sem contato nenhum com as coisas feias e turvas da vida. E, alem do mais, dum romantismo frenético. Um estrala mais clara e soltaria a fazia chorar; ouvindo uma reles valsa, desfalecia; e desmaiava também, com certos perfumes. Uma senhora da vizinhança, desbocada e prosaica, tinha mania de dizer “histerismos!”. Mas a família a tratava como se fosse um anjo absoluto, um anjo insofismável. Se Dinaura chorava nas fitas tristes, era um deslumbramento unânime de todos os parentes, inclusive a criadagem. A própria menina começou a ter a vaidade dessa lagrima fácil e tão celebrada. Desde os 12 anos, sonhava com um amor eterno, para si mesma. Quando via uma marido bocejando na frente da mulher, e vice versa, achava uma coisa inimaginável e sacrílega. Jurava,então, para si mesma, que jamais incidiria no mesmo prosaísmo conjugal. Calculava que amaria seu esposo, fosse quem fosse, da mesma maneira, sempre. Uma colega, assanhadíssima, fez o comentário:
- ninguém pode gostar sempre da mesma pessoa! Duvido!
Dinaura teve uma revolta como se a opinião encerrasse, em si mesma, uma obscenidade. Ergueu o rosto, triste e altiva:
- pois eu sou assim.

Desilusão

Casou-se com Joãozinho na convicção de que o amaria sempre como no primeiro dia. Pouco antes do casamento, viu uma fita passada na época de Luís XV. E só lamentou, na saída do cinema, que o noivo não usasse punhos de renda, como os nobres daquele tempo. No quarto ou quinto dia de lua de mel, viu-o bocejando. Ate então ela não fizera nada parecido, preservando a poesia das maneiras, palavras e roupas. Era tão minucioso seu controle que, de vez em quando, ia ate o quarto passar perfume nas mãos. E, depois de cada refeição, escovava os dentes por causa do hálito. Enfim, fazia tudo que humanamente possível para que ele a considerasse, sempre, uma “grande esposa”. Enquanto ela agia assim, que fazia o marido? Acusava os primeiros sintomas de tédio. Ela, com o máximo de descrição, gemia:
- eu acho que te dou sono, meu anjo. Você boceja tanto!
Ele explicava, em meio de novo e espetacular bocejo:
- é o estomago cheio. Como para chuchu!
E como, ao longo dos dias, ele continuasse bocejando e assumindo atitudes cada vez mais prosaicas, ela se deixou tomar pela melancolia:
- só te digo uma coisa: antes morrer que ser traída!
Foi uma atitude tão extemporânea, tão sem lógica, que Joãozinho fez o natural espanto:
- sossega, leoa!
Mas notou que os olhos da menina estavam marejados. Veio beijá-la na face. Ela, sem comentário, passando as costas da mão nos olhos, observou: “não foi na boca! Foi na face!”. Ele, preocupado com futebol, corridas, cinema e amigos, não deu maior importância a episodio. No café, em conversa com amigos, observou para um deles, que acabava de noivar.
- casamento é um golpe errado! O sujeito que casa é burro!

Novos amores

Outros sintomas, cada vez mais típicos, de desinteresse, foram aparecendo. Dinaura achava a maternidade, textualmente, “uma coisa sublime”; casara-se na presunção, no desejo de, pelo menos, um filho. E quando, já na previa adoração da criança futura, falou nisso, Joãozinho foi rotundo:
- filho é abacaxi!
Dinaura gelou, por vários motivos, inclusive pela gíria abominável. Parecia-lhe uma profanação de um termo tão ordinário. Podia ter protestado, mas sua revolta se esvaia, geralmente, em suspiros, melancolias e cólicas de fígado. Fez uma nova insinuação em forma de pergunta:
- se eu morresse, você ficaria triste?
Ele foi grosseiro:
- ora, Dinaura. Vai dormir que teu mal é sono! Que conversa!
Ele, porem, foi para o quarto, na frente. Lá, de pijamas, deitou-se na cama, abriu o jornal e concentrou-se no programa turfístico. Daí a pouco, a mulher vinha deitar-se ao seu lado; e suspirou:
- não tenho medo nenhum da morte. Nenhum, nenhum.
Joãozinho perdeu, de todo, a paciência:
- oras bolas! Vê se não chateia!
A expressão “chateia” doeu na moça, e fisicamente, como uma punhalada. Ela concluiu, com impressionante facilidade “se ele me diz isso é porque não me ama, deixou de me amar!”. E, por coincidência ou não, o fato é que esta conversa foi o ponto de partida para uma transformação em suas vidas.
Sensível, imaginativa, Dinaura dizia a si mesma dias depois “ tem outra.”

A outra

Então, dia a dia, a jovem esposa não podia ver o marido, que não falasse em morrer. Ele arranjara um biscate na policia e andava com um revolver enorme. Todas noites, Dinaura olhava aquela arma numa espécie de fascinação. E, agora, era mais direta:
- olha o que eu te avisei, Joãozinho: se tu me traíres, eu me mato, Joãozinho.
A principio, ele deixava se impressionar. No fundo, era um bom rapaz, com horror a defuntos; e, se pudesse, ninguém morreria, nunca, em lugar nenhum. Mas a ameaça da esposa, repetida ate a exasperação, deixou de comove-lo. E mesmo seus amigos de bilhar, de corridas, foram categóricos:
“é conversa fiada!mentira!”. então, ele não ligou mais aos gemidos da mulher, aos suspiros, e nem observou que ela emagrecia de uma maneira assustadora, que estava cada vez mais frágil e com os pulsos finos e transparentes. Uma noite, Joãozinho chegara em casa com um mau humor sinistro. Tivera um bate boca com uma pequena de dancing, que era uma de seus grandes rabichos pos matrimoniais. A titulo de distração, resolveu limpar o revolver. A mulher, ao lado, com seu ar de mártir, olhava, ora o marido, ora o revolver. Ate que começou a bater na mesma tecla: que,um dia, se matava; que se atirava debaixo de um bonde, de um ônibus. Ele, pensando na outra, explodiu:
- ótimo!
E ela:
- eu sei que é ótimo, sim!sei que você deseja a minha morte! Mas não faz mal, deus é grande!
Então, o rapaz, que acabara de limpar a arma e de recolocar as balas no tambor, teve uma atitude de cinismo, que não era muito de seu temperamento. Virou-se para Dinaura e ofereceu p revolver:
- querendo usar, não faça cerimônia! O prazer é todo meu!
A mulher recuou, num súbito medo daquela arma tão próxima e terrível. Viu-o aproximar-se, com a mão estendida. Encostada na parede, ainda balbuciou:
- não brinque, João! Olha que deus castiga!
Mas ele, na sua alegre e picolla crueldade, insistiu:
- toma! Segura!
Em câmera lenta, ela foi estendendo a mão, ate que apanhou a arma. E a olhava, com surpresa, fascinada. Dir-se-ia que jamais vira um revolver. O marido diante dela, esperava também; achava graça; dizia:
- é só puxar o gatilho. E pronto!
Como ela continuasse atônita, no pavor histérico da arma, berrou,afinal:
- ora, não amola! Vê se não chateia!
Foi talvez a expressão “chateia” que a decidiu. Puxou o gatilho seis vezes. O marido foi atingido uma vez, duas no peito, quis correr, fugir. Mas lhe faltaram forças; caiu de joelhos e assim, de joelhos, foi varado por mais duas ou três balas. Morreu logo e seu ultimo pensamento foi a pequena do dancing.

nelson rodrigues 1912 + 1980 - retirado de "a vida como ela é...elas gostam de apanhar" - editora agir.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

o encontro.


lua cheia, noite lenta, cada segundo se arrasta pelo relógio na parede. Conto os minutos incontáveis. Eles se sucedem um a um, esta chegando a hora. Ponho um terno preto, gravata, um chapéu coco e meu relógio de bolso. Pego o jornal e dou uma olhada nele, quero saber as manchetes do dia de hoje. Crise na bolsa, pessoas pulando da janela dos prédios em manhattan por terem perdido todo dinheiro em ações , recessão, crise mundial. O próximo passo é com certeza uma guerra em escala mundial. Mas os jornais de amanha terão outra historia. Eu vou fazer a historia. Me olho no espelho e acerto a gravata. Relógio finalmente bate doze horas. Saio e caminha pelas ruas em direção ao meu encontro definitivo. A rua vazia cheira a podridão e desespero. A cada passo vou mais firme e com mais segurança rumo ao encontro com meu destino. Paro diante de uma vitrine que expõe objetos antigos e livros raros, olho uma edição da bíblia em alemão datada de 1830. entro na loja e resolvo compra-la. Saindo folheio alguns versículos e passagens da bíblia. Um me chama a atenção, engraçado isso. diz o seguinte "E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" . eu conheco a verdade mas hoje eu me libertarei. Caminho pelo lower east side ate chegar no grand edimburg’s pub. Entro e espero pelo meu encontro. Peço uma cerveja verde. Nada mais garçon, obrigado.
Cerca de meia noite e quarenta, chega o meu encontro. Eu nao o conhecia pessoalmente. Mas ele sabia bem quem e como eu era. Ele veio ate minha mesa e falou:
- voce é o paul? – fiz que sim com a cabeça – posso sentar?
- por favor, vai beber alguma coisa?
- nao, obrigado. Gostaria de lhe perguntar uma coisa antes. Posso?
- claro, sinta-se a vontade.
- bom, primeiro de tudo gostaria de saber por que?
- o por que é dificil dizer, acho que nao obtive tudo que esperava de meu antigo socio. Acho que esta na hora de uma coisa nova e mais radical. Achei que voce era a unica outra opção.
- e voce sabe o preço, nao é?
- sim, sei. Acho que barganhar nao é uma opção. Estou ciente dos meus custos. E sinceramente? Acho pouco. Mas sei que você é um bom negociante. Nunca entra para perder.
- Sim, isso lá é verdade. Mas apesar da minha fama não gosto de enganar os outros. Você sabe o que custará? E ainda assim quer continuar?
- Sim, com certeza.
- entao esta bem, assine aqui por favor. – peço a caneta dele – aqui esta! Depois disso nao tem mais volta, sabe bem, não é?
- sei, esta tudo bem. – assino o documento – e agora esta tudo certo?
- sim, esta. Sua alma é minha a partir de agora. E fez isso só para ter sucesso no campo da musica?
- talvez, mas acho que deus nao é bem o que deveria me guiar daqui por diante.
- sei, alias otimo livro este que você tem ai. Edição rarissima. Espero que tenha uma boa leitura, embora agora te seja pouco util.
-Obrigado pela dica. – ele vira as costas e sai, enquanto olho de novo esta velha biblia – vejamos o que os santos dizem neste momento.
Abro a biblia e leio um versiculo assim "Pois eu estava com fome, e vocês me deram comida; estava com sede, e me deram água. Era estrangeiro, e me receberam na sua casa. Estava sem roupa, e me vestiram; estava doente, e cuidaram de mim. Estava na cadeia, e foram me visitar."
25/09/2008
15:09hrs.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Detetive lesma e o sumiço do caixa.


Sábado a tarde, dia chuvoso, ligo para Carminha e ver se ela pode vir aqui me fazer uma visita. Peço que ela de uma passada na locadora “o gosto do video” do meu parceiro Clovis e pegue uns filmes que ele me prometeu. Clovis é gente fina. Conheço ele a quase dez anos, fazíamos muita farra na adolescência. Quando ele abriu a locadora a três anos atrás eu fiz uns bicos lá como atendente especializado em musica.vida de detetive não é fácil as vezes. Carminha chega com os filmes e um saco de pipoca de micro ondas e me fala:
- lesma, o Clovis disse que não tinha o Shaft que tu queria. Só o novo.
- porra Carminha, o que tu trouxe ai de filmes?
- efeito zero, cliente morto não paga, que tu pediu e peguei um para mim o embriagado de amor...este filme é tão bonitinho...vamos ver este agora.
- ta, que seja...esta chuva esta de matar. Vai lá e faz esta pipoca de uma vez. Vou por o filme no dvd.
- ah, o Clovis pediu para tu dar uma passada lá...alguma coisa a ver...hum...ele disse, mas não lembro.
- deixa ele para lá, agora faz este pipoca e vem ficar juntinha em mim. O frio não esta fácil.
Na segunda vou lá na locadora devolver os filmes. Quando chego na porta esta fechada e a placa confirma isso. mas sei que o Clovis esta lá dentro. Dou uns gritos na janela dos fundos. Ele me olha pelo buraco da veneziana e vem abrir a porta. Esta nervoso, a locadora toda revirada e ele começa a me xingar:
- porra lesma, te chamei aqui no sábado? Por que não veio antes? Seu viado!
- caralho Clovis, a Carminha disse que tu queria falar comigo. Não me disse o que era. Achei que era alguma besteira tua. Mas vejo que era importante...
- porra meu chapa, o bruninho que trabalha aqui a tres meses, sabe quem é? Aquele da tatuagem do metallica? – concordo com a cabeça e ele prossegue – pois é este filho da puta sumiu com toda feria do mês. Só ele sabe aonde eu guardo isso, e fui lá no mocó ontem para pegar um troco para sair com a veia, sabe, dar um trato legal nela. E tinha sumido TUDO! Eu mato este desgraçado. Se eu pego ele...
- seu imbecil é isso que dá contratar este drogados da zona para pagar esta mixaria que tu paga...mas tem certeza que foi ele? Ele não ia se queimar contigo, sabendo que tu é amigo dos contatos dele aqui na zona. Iam enquadrar ele na hora, não parece muito inteligente da parte dele fazer isso...
- só pode ter sido ele, lesma, na boa. Tanto que nem veio trabalhar hoje. Vou MATAR este corno.
- olha Clovis, quem vai falar na boa sou eu. Duvido que foi ele...vou investigar por ai. E os filmes...- passo os dvds para ele – te pago depois isso. – que concorda e vira as costas furioso revirando tudo em volta tentando achar a grana.
Vou direto na casa do bruninho, que fica perto da praça ucraniana, na rua kiev. No meio da quadra já sei que ele esta em casa, o som da para se ouvir a quilômetros. Metallica arrebentando os auto falantes. Chego na porta e toco a campanhia. Nada de responderem, grito e plenos pulmões e nada. Começo a ficar nervoso, quando começo a ouvir uns gritos histéricos vindo de dentro da casa. meto o pé na porta, e invado a casa. os gritos estão cada vez mais altos, vou caminhando em direção ao que parece uma cena do “massacre da serra elétrica”. Chego na porta de onde estão vindo estes gritos pronto para achar o Jason com o facão na mão. Giro a maçaneta e vejo o bruninho de cuecas fazendo um air guitar na frente do espelho. O cheiro de maconha esta muito forte, deve ter fumado 500 baseados. Dou um grito e ele se vira para mim cagado de susto.
- PORRA GURI, BAIXA ESTA MERDA! DA PARA SE OUVIR DE LONGE!
- ah lesma, como tu entrou aqui? – e abaixa o volume – nem ouvi nada. Du caralho este disco novo do metallica, né?
- nem ia ouvir coisa alguma, este volume esta muito alto. Por que não foi trabalhar seu cretino?
- hoje é domingo. Por que iria?
- seu merda hoje é segunda! Não sabe nem que dia é hoje. O Clovis quer te matar. Sumiu o dinheiro todo da locadora. Ele esta pensando que foi tu. É bom se apresentar na locadora e JÁ! Para dar uma explicação a ele. Mas neste estado cheio de erva na cabeça não vai dar. Toma um banho, passa uma água na cara. Toma um café preto sem açúcar sei lá...mas vamos de uma vez.
- mas não fiz nada lesma! – faço sinal para ele se mexer – ta ta, já estou indo.
Fico no quarto vendo a coleção de playboys e ouvindo o disco do metallica, muito bom mesmo, eu já tinha pulado do barco depois do “st. Anger” este novo eu vou comprar. Com certeza. Depois de uns vinte minutos vem o bruninho com um café na mão e de banho tomado.
- lesma, não sei o que houve, mas não fiz nada! Juro por deus.nao sei nada de dinheiro nenhum...
- ta, cara, te acalma. Eu também acho que tu não fez nada. Mas vamos lá para falar com ele. Ele esta uma fera.
Descemos a praça, bruninho ainda acendeu outro baseado no caminho, e eu dei um tapa no pé do ouvido e expliquei que era uma situação seria e não era piada. Ele pediu desculpas e fomos caminhando e conversando sobre este disco do metallica chegamos na frente da locadora e falei para o bruninho:
- fica frio que tu não fez nada. Fala devagar e com calma. Ele vai estar querendo teu sangue. – entramos e o Clovis tinha revirado tudo e veio na nossa direção enquanto terminava a frase – conheço o Clovis.
- porra seu viado! Cadê meu dinheiro! Eu vou te matar! – gritou Clovis quando viu o bruninho – CADÊ ESTA PORRA? EU TE MATO!
Segurei Clovis no meio do caminho que vinha para rachar o outro ao meio, enquanto este se encolhia num canto para se esconder. Falei algumas coisas tipo “calma gente, somos adultos”; “isso não vai levar a nada, vai partir o guri ao meio e não vai ver teu dinheiro mais”. Ate que Clovis se acalmou e começamos a conversar como gente grande. Então bruninho disse:
- Clovis, na sexta tu me mandou ir buscar um xis ali no betão. Eu peguei dez reais do mocó do dinheiro e fui lá. lembra? Depois não mexi mais lá.
- hm...eu botei mais cem reais lá. e não mexi mais também. Então, se eu não mexi e tu não mexeu cadê meu dinheiro, desgraçado?
- tu mexeu sim, disse que ia levar a Clotilde para sair no fim de semana, lembra? Que ia levar ela naquele sushi ali perto do shopping? E tirou os dvds da frente do mocó para contar quanto tinha ali. – fiquei só olhando a cara dos dois enquanto iam se acertando – disse que ia tirar uns trezentos reais...
- poutz! Foi sim, contei o dinheiro. Agora estou lembrando. Tinha quase mil reais ali. E resolvi por o dinheiro debaixo do saco de lixo, quando tu saiu, eu pus ele ali. – e Clovis foi ate a lata de lixo levantou o saco a lá estavam os 1257 reais dele.
Começamos todos a rir disso. Quando lembrei do por que o nome da locadora era “gosto de vídeo” e falei:
- Clovis, lembra por que tu batizou a locadora de “gosto de vídeo”? – já que estávamos todos amigos de novo – por que tu tomava direto um chá de fita...queria ver tu fazer chá de dvd...hahahaha.
Tudo resolvido, fui embora e passei na casa da Carminha. Dona Magda atendeu a porta e entrei no quarto da Carminha que estava deitada vendo televisão e falei:
- te arruma gostosa, hoje vamos ir no sushi ali perto do shopping...
- ah é?
- o que tu esta vendo ai?
- curtindo a vida adoidado.
Tirei os tênis, me sentei ao lado da Carminha na cama e pensei “salve ferris”.

16:24hrs
11/09/2008

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

hard to handle - tradução.


Baby aqui estou
Eu sou o homem na cena
Eu posso dar o que você quer
Mas você tem que vir para casa comigo

Eu tenho do bom e velho amor
E um pouco mais no estoque
Quando eu acabar de joga-lo para você
Você tem que voltar para mais

(Refrão)
Hey meu amor,
Deixar-me acender sua vela
por que estou difícil de lidar agora

Meninos e coisas que vêm em dúzias
Aquilo não é nada além de convencional
minha garota linda deixe-me iluminar sua vela
'Mama por que eu sou assim dificil de lidar agora
Sim eu sou

A ação fala mais alto do que palavras
E eu sou um homem de experiência grande
Eu sei que você tem um outro homem
Mas eu posso amá-la melhor do que ele

pegue minha mão não tenha medo
Eu vou provar cada palavra que eu digo
Eu estou anunciando amor de graça
Assim você pode colocar seu anúncio comigo

(refrão)

Os meninos vêm como moeda de dez centavos em dúzias
Nada além de amor convencional
Minha garota linda deixe-me iluminar sua vela
por que eu sou dificil de lidar agora
Sim eu sou

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

quase igual a sua vida, quase igual a sua crise sem fim.


Saindo do trabalho cruzo com uma antiga namorada, vamos a um bar para conversar um pouco. Rola um chopp, um salgadinho, um pouco de papo furado. Quando a bebida começa a mexer com o melão começo a falar da minha vida mais profundamente. Clara também já bebeu um pouco demais e estava bem solicita e aberta a sugestões. Vamos ate o apartamento novo dela. Chegando lá, eu abro uma garrafa de vinho tinto enquanto ela pega as taças. Ela bota um CD do Elvis Costello e sentamos para continuar nosso papo. Estávamos os com alguns problemas na vida pessoal e não nos víamos a alguns anos. Ela continuava a mesma pelo tom que falava, sempre tinha que ter a palavra final e muito critica em relação as minhas atitudes, eu por outro lado estava mais razoável nos meus pontos de vista. Pelo menos eu acho e como sou eu que estou contando a historia fiquemos com meu ponto de vista. Depois do terceiro copo de vinho a conversa estava assim:
- Jonas, tu nunca vai achar uma mulher que te ature. tu é sempre um coitado nas situações, tu tem que ser mais macho. Mais homem. Mulher quer um cara mais ativo, você sempre fica chorando por tudo. “aquele atendente da locadora me olhou torto. A caixa do cinema riu de mim. O cobrador do ônibus achou que...o cara na fila do super mercado não sei o que” que saco isso. vê se cresce. Tu não é mais adolescente para ter crises deste jeito.
- Clara, isso não é mais verdade. Já passei disso. Já cresci o bastante para saber meu espaço no mundo e tu por outro lado ainda fica numas de sentimentalismo rasteiro. Por isso seu atual fica arranjando desculpas para não vir aqui. Só vem quando quer alguma coisa de você, e não é seu arroz com feijão. Sem duplo sentido, se bem que...
- ah seu cachorro, tu sempre amou meu arroz com feijão. No sentido que quiser. Ou estou mentindo?
- faltava sal, no seu feijão. Nos dois sentidos. Mas enfim, que CD é este? Não é aquele que te dei no dia que tu ficou chorando por que não conseguiu aquele emprego no colégio aquele? Como era o nome mesmo?
- ah jonas cala a boca. Aquele CD eu joguei fora quando a gente terminou. Dei para uma amiga. Não queria ter nada seu comigo. Este é o novo do elvis costello, baixei ele semana passada. Mas me diz, você esta com alguém? ainda não começou a reclamar dela ainda. Tu sempre vê defeito em tudo. Parece um velho, e dos bem ranzinzas. Então me fala.
- clara, conheci uma garota. Mas esta num estagio inicial, não tenho do que me queixar AINDA. Mas tu que era a fonte de muitos dos meus problemas. Tu não sabe amar direito. Sempre quer ter a “upper hand” de tudo. Me diminuía em todas as situações. Me sentia um merda ao seu lado. Me gozava na frente dos seus amigos, dos MEUS amigos. Para sua família...vai me serve outro copo deste vinho. Estou afim de me embebedar hoje. Tu me desperta este lado. Depois de você ate parei de beber quase.
- chora, chora, chora neném. Viu só como reclama? tu não sabe é ser HOMEM. Se fosse homem mesmo por que não me retrucava. Seu bunda mole. – e serve o vinho, se levanta e vai na cozinha pegar outra garrafa – sabia que todos meus amigos te achavam bicha? Tu sempre estava numas...sei lá...
- porra, é assim é? – servindo o vinho que esta quente, mas a esta altura eu já estava alto. - E tu não me defendia? E o que tu dizia para aqueles putos? Só por que eu deixava tu conversar em paz com outros caras? Isso faz de mim viado?
- mas tu é um bunda mole mesmo. Eles estavam me cantando seu babaca. E tu ficava num canto em todas as festas com um copo de cerveja na mão e me deixava rodar por ai.
- claro, eu odeio boates, não sei nem dançar um “dois para lá, dois para cá” e tu sempre queria dançar. Te deixava na sua. E de mais a mais, era para mim que tu voltava. Não para aqueles galãs ordinários de boate ou seus amigos maconheiros. Devia ser por isso que me chamavam de bicha...porra.
- tu nunca me entendeu mesmo, jonas. Eu voltava para ti por que achava que se te desse um pé na bunda tu ia te matar ou algo assim. Tu estava bem iludido na época. Era dureza. Mas também, tu não era de todo mal, só não consigo lembrar o por que de ter me apaixonado por ti.
- é eu sei como é. Também não lembro o por que fui me apaixonar por uma “control freak”, obsessiva por mandar nos outros como tu. E sempre tem que ter razão...mas, na boa, tu era bonita, nunca entendi o por que de tu ficar comigo tanto tempo.
- seu “drama queen”, já vai começar com isso DE NOVO? Eu ainda me lembro a choro que tu fazia com este assunto. “ah tu me ama mesmo? O que eu fiz para tu te apaixonar por mim”...etc. algumas coisas simplesmente SÃO. Não tem explicação.
- chega, chega, chega...acho que vou embora. Isso já esta virando sessão de analise. E estou totalmente torto de vinho. Vou chamar um táxi. Olha, sinceramente? Não foi nem um pouco bom te rever, sorte ai na sua vida e tal. Mas acho que vou embora...
Levanto e vou me dirigindo para a porta, trocando as pernas e reclamando da vida em voz alta, como que falando comigo mesmo. Quando escuto uma voz atrás de mim, totalmente embriagada também me chamar.
- jonas, seu babaca. Não te trouxe aqui para ouvir tuas historias tristes nem para reclamar do meu namorada novo. Quando te vi só parei para conversar por que tu sempre me deu um tchãm e estou meio carente. Então vem, vou te mostrar o que um sazon faz com meu arroz com feijão...
E a noite passa, o relógio bate as doze horas e tudo fica com cara dos velhos tempos. Quase igual a minha vida, quase igual a minha crise sem fim.

08/09/2008
20:21 hrs

terça-feira, 2 de setembro de 2008

detetive lesma e o cheiro da morte


Cidinha veio ate meu escrotorio, por volta das seis da tarde para irmos no parque de diversões que estava na cidade. Fomos para a parada de ônibus e esperamos a condução. Acendi um cigarro enquanto discutíamos quem era melhor se a PJ Harvey ou a Fiona Apple. Discussão inútil, Cidinha era louca por Fiona Apple. Tentei argumentar que a linda Polly era mais cantora, mais letrista. Mas Cidinha era irredutível, estava a meses ouvindo o disco “extraordinary machine”. E me calei por que o disco novo da PJ era meio ruim. Já havia algumas pessoas na parada quando o ônibus chegou. Entramos e quando passei pela roleta gritam lá do fundo “LESMA, MEU CHAPA!!”. Era meu velho camarada da escola, o Cadelão, fazia alguns anos que não nos víamos. Rumei com Cidinha de arrasto ate o fundo e nos sentamos. E Cadelão e eu começamos a conversar.
- porra lesma, faz o que da vida agora?
- sou detetive particular, Cadelão.
- é mesmo? Você sempre foi fã do Columbo, que bacana para você...
- é e você, o que anda aprontando? Não estava trabalhando de camelô?
- pois é, estava, mas agora...hm...detetive, né?
- pois é...
- você tem um cartão seu aí? – fiz sinal quem sim – me dá um ai, está é minha parada, eu te ligo...
E Cadelão desceu e eu e Cidinha rumamos para o parque com ela reclamando que nem apresentei ela ao meu chapa. Roda gigante, montanha russa, algodão doce, maçã do amor e começou a cair uma garoa e voltamos para casa. Passaram alguns dias e o Cadelão me ligou pegou meu endereço e chegou aqui. Logo que entrou pediu uma bebida, servi um copo de whisky para ele e outro para mim, conversa fiada por uns 15 minutos e ele disse o que queria:
- lesma, não peguei seu cartão para rememorar o tempo do colégio. Estou com um problema em casa. Minha mulher esta achando que estamos sendo vigiados, digo que é loucura dela, mas estou ficando com a mesma impressão.
- Cadelão, por que alguém estaria vigiando vocês?
- lesma, meu camarada, estou metido num esquema de drogas, sei que você não usa estas coisas. Ate foi por isso que parei de falar com você...mas agora, este nervoso o bagulho. Acho que tem gente querendo acabar comigo para pegar meu ponto.
- Cadelão, porra, se você sabe o por que, não entendo o que quer de mim.
- eu quero saber QUEM lesma, QUEM, aí resolvo o resto.
- tudo bem, vou dar uma olhada. Mas sabe, não trabalho de graça.
- dinheiro não é problema meu chapa...
E foi-se embora, servi um whisky do bom que escondo no fundo falso da gaveta e me servi uma dose cavalar. Este tipo de trabalho eu normalmente não aceito, risco muito grande e pagamento muito pequeno. Mas como era meu velho amigo, resolvi fazer esta mão. Fui ate a boca que Cadelão atende e comecei a dar uma olhada na situação, conhecer a flora e a fauna. Sentei num boteco e fiquei olhando o movimento, sou bem falante e desembaraçado e depois de pagar algumas doses de cachaça para dois ou três bebuns estava inteirado na situação. Voltei para meu escrotorio e liguei para Cidinha, fazia um tempinho que não nos víamos e ela veio ligeirinho. Na tarde seguinte voltei ao mesmo boteco e lá estavam os mesmos bebuns, mais uma cachacinha e descobri o concorrente do Cadelão, foi moleza. Comecei a me perguntar se era tão fácil por que ele me enrolou nisso. Cheguei na porta da casa de Cadelão e bati, chegou um metaleira branquinha de cabelo bem preto, magrinha, linda e com os olhos bem pintados de preto, na porta. Ficou me encarando por um longo período com uma cara desconfiada ate que falou:
- o que você quer, heim?
- o Cadelão esta?
- quem é Cadelão?
- o Arandir, desculpe, sou um amigo dele. Ele esta ai?
- não sei aonde ele anda, faz dois dias que não vejo ele.
- então ta, diz para ele que o que o lesma esteve aqui. Vou deixar meu cartão tem o meu numero e do celular, OK?
Voltei para casa e fiquei na minha, não tinha muito o que fazer. Mas estava meio nervoso com este assunto do Cadelão, ate que quase uma semana depois toca o telefone. Era a mulher do Cadelão, falamos um pouco e ela desligou.Cidinha estava no sofá vendo o dvd do “cheiro do ralo”. Fui ate meu escrotorio abri uma garrafa nova de whisky do bom, voltei para o sofá e me sentei totalmente arrasado quando Cidinha perguntou:
- o que houve, lesma? Que cara é esta?
- mataram o Cadelão!
- aquele do outro dia?
- sim, aquele mesmo.
Matei o copo num só gole fui e me servi outro copo de whisky, sentei no sofá, cidinha me abraçou forte mas esta frase do filme não saia da minha cabeça “a vida é dura”.

02/09/2008
19:04 hrs.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

detetive lesma e o estupro presumido.


Telefone toca às oito da manhã. Toca e toca, me tirando do sono de beleza. Nada que pode estar acontecendo esta hora da madrugada pode me interessar, viro para o lado e tento dormir de novo. Mas esta porra continua tocando. Vou ate o escrotorio, é assim que chamo meu escritório, por que só coisas ruins chegam lá. Pego o telefone e digo estupidamente:
- ALÔ, PORRA!
- lesma?
- SIM, MERDA, QUEM FALA?
- sou eu, Cidinha, por que esta gritando?
- ah,cidinha, desculpe. Mas ontem foi foda. Fiquei ate duas e pouco de olho nuns caras. E sabe como é isso, sempre vai uma bebidinha. Mas fale, coração, o que houve para ligar esta hora da madrugada?
- puxa, lesma, nem sei por onde começar. Minha irmã foi molestada ontem. Puxa, estou super chateada.
- a Carminha? Molestada? Me fala, cidinha, isso é serio.
- pode vir aqui, por favor?
- claro, mas tem ônibus esta hora da madrugada?
- ...
Ela desligou e nem respondeu. Tomei uma chuveirada rápida, bebi uma dose whisky para me recompor e fui para casa da cidinha. Quando cheguei lá estavam dona Magda e seu Carlos me esperando na porta. Entrei, Cidinha e Carminha estavam na sala vendo televisão. Dona Magda me trouxe um café. E seu Carlos foi logo falando:
- olha lesma, somos pobres mas temos dignidade. Trabalhei duro a vida toda, mandei minhas duas filhas para universidade. Isso é uma afronta!NAO VAI FICAR ASSIM!
Conheço pouco seu Carlos, mas quando ele se altera é por que é serio mesmo. Tomei o café que me serviram num só gole praticamente. E pedi para me explicarem o que tinha acontecido, o que dona Magda prontamente fez.
- meu filho, Carminha foi fazer uma entrevista de emprego. Ela é direita, não julgue-a mal, meu filho, por favor. – fiz sinal de positivo enquanto acendia um cigarro, e a senhora continuou – e este ricaço tentou...ai não sei explicar...cidinha, diga ao seu amigo o que houve, por favor...
- ele tentou comer Carminha a força, lesma. Foi isso que aquele velho tarado fez. Quero que você mate ele.
- Cidinha, - eu disse – calma, devagar. Me explica isso tin tin por tin tin...
- este dono da loja de ferragens Chaves, levou Carminha para o almoxarifado para mostrar o que ela tinha que fazer e ficou apertando ela contra a parede tentado comer ela. Lesma, ele é um homem horrível. Acaba com ele. Se você me ama.
- hm, sei quem é o Chaves. Acho que tive uma idéia. Ele gosta de uma bebidinha e vai no bar Eberson. vou resolver isso. Só tenho que providenciar umas coisas.
- meu filho, não mate ninguém, por favor. – disse dona Magda.
- pode deixar comigo, minha boa senhora. – eu disse.
Deixei passarem uns dias e não atendia os telefonemas de Cidinha, que queria um homicídio escandaloso. Mas isso definitivamente não faz meu gênero. Tinha outra idéia na cabeça. Na sexta fui ao bar do Eberson e lá estava o Chaves. Cumprimentei ele, que já conhecia de vista este velho e mandei Eberson pagar mais uma rodada para ele. Que acenou com mão. Cheguei perto e puxei um papo com o velho. Velho, devia ter uns cinqüenta e poucos, casado com uma jabiraca, dois filhos e um negocio prospero. Cheguei junto e disse:
- e ai Chavez, lembra de mim?
- sim, tu é o gurizinho que anda metido num lance de espionagem, não é?
-sempre tive uma queda para James Bond.
- ahahahaha tem que comer muito feijão ainda, menino.
- pois é e o feijão esta cada vez mais caro hoje em dia. Mas e ai, e o grêmio?
- vai ser campeão, já esta no papo este titulo.
Enquanto falávamos de futebol noto uma loira, escultural, sarada, peituda e com tudo em cima que já tinha visto pelo bairro entrar no bar. Não só eu notei como todos aqueles pés de cana. Era uma presença que contrastava com aquele ambiente de boteco.ficou olhando para mim e para o Chaves. O resto dos bêbados se fechou nos seus papos e copos. Fiz sinal para Eberson baixar uma cerveja para ela. Que ficou contente e ficou prestando atenção em mim.continuei com um olho no padre outro na missa. Este Chaves era mesmo um pé no saco. Não entende nada de futebol mas ficamos conversando. Quando a loira linda chega mais junto de nós e estica o ouvido para nossa conversa. Ah, Cidinha, desculpe eu te amo, mas não sou feito de cimento. Vou dar um trato nesta. Comecei a falar com Chaves sobre política, economia, ações,mercado de valores. Coisa de figurão, para impressionar a moça. Quando ela chega junto e pede um cigarro para quem? Para este velho pederasta do Chaves, que de repente me esquece totalmente no meio do bar e começa a rasgar o ouvido da loirinha linda. Fico puto da cara, e mais puto da cara quando ele depois de 30 minutos e conversa com a lindinha, chama Eberson e pede a para usar um dos quartos que ele tem nos fundos para este tipo de coisas entre outras, eu mesmo já morei num deles. E o velho leva a loira para lá. quando a coisa lá dentro começa a esquentar, chega cidinha com a Marisa, mulher do chaves e me pergunta:
- aonde ele esta?
- quarto sete, dobrando a corredor.- e nos vamos ate a porta.
Chegando lá uso a chave mestra de Eberson e abro com força a porta e todos vêem o velho pelado com a loira de calcinha e sutiã. A mulher dele tem um troço faz escândalo e berra todos impropérios conhecidos e alguns que nunca ouvi na vida e os dois saem porta afora, com o velho pederasta do chaves só de cuecas.olha para loira e digo:
- Luciana, valeu mesmo. Me quebrou um super galho. Fico te devendo mais uma.
- tudo bem, lesma. Este velho já tinha feito esta coisa antes com outras gurias. Era bem merecido. O prazer foi meu em te ajudar.
Voltei para meu escrotorio, com Carminha a tira colo e ai era minha vez de dar uns amassos em alguém. E depois pensando no que havia acontecido lembrei de uma frase de uma musica “parece que o mundo ficou doido, e eu fiquei de cara. Pede para parar só que não pára não.”hmm...vou ouvir este cd depois...

27/08/2008
11:04