sábado, 24 de novembro de 2007

relacionamentos dificeis...


“hahahaha “ disse ele, a piada não era lá estas coisas, mas ele riu, voltou para sua cerveja e cigarros.”você é um doce, meu bem” disse ele. A piada era sobre algum bicho que não achava sua mãe. Não importa, ele bebeu, ela bebeu e foram para suas respectivas casas cada um. Ele estava interessado nela, mas ela não dava muita bola para ele. Falavam sempre sobre os velhos tempos, mas o que ela não sabia é que ele sempre teve um tesão por ela. Passaram alguns dias e ele voltou a vê-la, se encontraram depois do trabalho numa cafeteria no shopping , ele como sempre pareceu não dar bola para ela, mas hoje era diferente para ela, tinha tomado um fora do seu namorado e estava carente, se sentindo feia e sem nenhum amparo no mundo. Ele pediu um café cappuccino e ela um expresso. Falaram dos imbecis que vivem no mundo e que eles não valem nada. Tudo muito casual, eram só comentários de amigos num café. Eles se despediram e ela foi para sua casa e ele para sua. Ele pensou “ela é bem meu tipo, mas não ando com saco para aturar mais alguém comigo”. Ela pensou “ele não é tão mal, eu gostaria que ele me convidasse para sair uma hora destas. Não num café, mas num lugar melhor”.
Passaram-se dias e os dois se viram novamente, falaram de bobagens tipo “ o meu chefe é um saco, ele não de uma folga” e ele sempre concorda. Ele não tem chefe, nunca teve, só vive do que economiza. Teve sorte de ter alguma renda da depois que seus pais morreram, nada extraordinário, mas dava para viver. Não com o luxo que ela precisava ele achava, mas afinal ele sempre se sentiu um lobo solitário. Mas a esta ele desejava dar a vida de rainha, comprar um apartamento maior, uma maquina de lavar louça, uma geladeira nova, uns sofás que não tivessem queimaduras de cigarro. Todas roupas e sofás dele tinham marcas de marlboro, sempre caia uma brasa e ficava marcada para sempre. Mas ele não se sentia capaz de fazer isso, não neste momento. Ele vivia de sanduíches que fazia com frango e algum alface e tomate que ele ia cuidadosamente comprar na feira e sempre havia algum a mão.Não era nada demais para ele, mas ter uma responsabilidade como alguém alem dele para comer era muito, não suportava este pensamento. Saiu de casa e foi a um bar beber uma cerveja para deixar esta historia para lá. Ela resolveu ir a uma boate com as amigas para esquecer aquele babaca que deu o fora nela. Os dois tiveram uma noite a seus respectivos gostos. Ela dançou e ele bebeu.
Uma semana depois os dois se viram novamente, ela estava toda animada sobre o cara que ela conheceu naquela noite e ele só concordava. Sentia-se cada vez mais longe dela, ele depois de um pouco de conversa resolveu dizer para ela tudo o que sentia desde muito tempo. “baby afinal sempre sou eu que você vem falar de seus namorados, eu acho que eu sou o CARA para você!!” e ela respondeu “eu pensei nisso a algum tempo mas acho que não temos nada a ver”. Ele deu o fora,pensou “para que perder tempo com isso, não leva a lugar algum” e disse para ela “nunca mais me procure para falar de seus relacionamentos falidos, se quiser falar comigo fale de amor não de desilusão”. Ela ficou pensando “será que ele era o CARA mesmo para mim?” depois de três meses se encontraram na entrada do cinema ele sozinho e ela com um cara ela disse “oi tudo bem?” e ele não disse nada passou reto por ela e fingiu que nem tinha visto. Seis anos mais tarde se encontraram e falaram dos velhos tempos e tudo voltou ao começo....

terça-feira, 13 de novembro de 2007

mulheres liberadas e homens liberados...



Olhe lá
Aquela por quem você pensou em se
Matar.
Você a viu no outro dia
Saindo do seu carro
No estacionamento da Safeway.
Ela usava um vestido verde
Rasgado e botas velhas
E sujas.
Sua face marcada pela vida.
Ela viu você.
Então você andou até ela
E falou-lhe e aí
Ouviu.
Os cabelos dela não brilhavam
Sua conversa e seus olhos eram
Apagados.
Onde ela estava?
Para onde teria ido?
Aquela por quem você iria se
Matar?

A conversa terminou
Ela foi entrando na loja.
E você olhou para o automóvel dela
E mesmo ele
Que costumava rodar e estacionar
Na frente da sua porta
Com tanto entusiasmo e um espírito de
Aventura
Agora parecia um ridículo
Ferro velho.

Você decide que não vai comprar na
Safeway
Você vai dirigir mais seis quadras
A leste e comprar o que você precisa no
Ralph’s.

Entrando no carro
Você esta até contente que
Não tenha
Se matado;
Tudo é encantador e
O ar esta claro.
Suas mãos no volante,
Você alarga um sorriso enquanto checa o tráfego
Pelo espelho retrovisor.

Meu velho, você pensa,
Você se salvou
Para alguma outra pessoa, mas
Quem?

Uma jovem e esbelta criatura passa
Numa mini-saia e sandálias
Mostrando pernas maravilhosas.
E vai entrar para comprar na Safeway
Também.
Você desliga o motor e
Entra atrás dela.

Escrito por Charles Bukowski. 1920*1994
Retirado do livro “tempo de vôo para lugar algum”.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

sou um fracasso


Tranquei a porta do meu carro
E veio
Esse cara
Ele parecia meu velho
Amigo Peter
Era um cara magro
Com uma camiseta azul e jeans rasgados
E ele disse
“Ei cara, minha mulher e eu
Precisamos de algo para comer!
Estamos morrendo de fome!”
Eu olhei para atrás dele
E lá estava a
Mulher dele
E ela me olhou
Com os olhos cheios de
Lagrimas.
Dei a ele uma nota de dez.
“eu te amo, cara!” ele
Berrou. “e eu não vou
Gastar com bebida!”
“por que não?” eu disse.

Eu saí e
Fui fazer umas coisinhas
Voltei para o meu carro
E
Fiquei pensando
Se eu fiz
Algo bom
Ou se fui enganado

Enquanto eu dirigia
Lembrava meus anos na
Vadiagem
Passava fome quase ao ponto de não ter mais jeito e
Nunca pedi um centavo
A ninguém

Naquela noite
Eu expliquei para minha mulher com quem eu vivia
Como eu frequentemente dou dinheiro a pedintes
Mas que
Nos piores dias de fome da minha
Vida eu me recusei
A pedir qualquer coisa
A alguém

“você nunca soube como fazer
Nada direito” ela disse

Escrito por Charles Bukowski. 1920 * 1994
Retirado do livro “tempo de vôo para lugar algum”

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

vida e morte de Jonas


Jonas acordou, saiu de seus pijamas, acendeu um cigarro. Acordou mais cansado do que quando foi dormir, ontem a noite.O sol estava a pleno vapor, já passava do meio dia, mas estava frio. Uns 10 graus, era inverno afinal de contas. Junto com o cigarro tomou uma xícara de café preto, Jonas odiava leite. Sentiu vontade de sair de casa, pegou o jornal e olhou a programação do cinema. Nada de bom para variar, acabou indo ver uma comedia, comedia romântica. A mocinha se apaixona por dois caras, namorado mau caráter e o namorado bonzinho, tomara que acabe em menage pensou Jonas. Não, ela ficou com o bonzinho, cena de casamento no fim. A mulher de Jonas deixou ele fazem duas semanas. Jonas voltou para seu apartamento vazio, acendeu mais cigarros, acompanhados por cerveja desta vez. Ligou o stereo, botou musicas para dor de corno. Cd coletânea do Cake, back to back.
Começou uma vontade deprimente de olhar para fora da janela, ficou ali, olhando os outros prédios, imaginando o que aquelas pessoas faziam para chegar ao fim do dia, jantar, ver o jornal , depois a novela e ir dormir. E fazer no dia seguinte tudo de novo. Que força incrível aquelas pessoas tinham de continuar este jogo patético e imbecil, pensou Jonas. Sua mulher o deixou por um instrutor de ginástica, há duas semanas. Lembrou de uma fala de um filme que tinha uma situação parecida que dizia “ você é um sonhador e ela quer o agora, por isso o instrutor de ginástica”. Não conseguiu rir. Mas o filme é bom. Qualquer hora vou rever este filme, pensou Jonas. Ficou ali olhando para fora da janela, já chegava o fim da tarde, o por do sol era bonito aqui, muito amarelo e muito roxo, Jonas gosta de roxo. Mas nada preenchia o vazio deixado pela mulher dele. A perspectiva dele era acordar de novo sozinho, tentar ter forças para ir buscar o jornal do dia seguinte. Isso era tudo. Na verdade não parecia grande coisa para ele. Que força incrível tinha aquelas pessoas que iam para o trabalho, viviam e de noite sonhavam. Nem isso ele conseguia, nunca lembrava os sonhos que tinha a noite, talvez fossem de lugares maravilhosos, lugares que ele gostaria de conhecer. O cd gritando uma musica da Gloria Gaynor regravada pelo Cake, isso o deprimiu ainda mais. Foi deitar, já não tinha muito motivo para ficar acordado.
No dia seguinte acordou, acendeu seu cigarro com o café preto, olhou para fora da janela, já não pareciam tão fortes as pessoas que viviam como robôs, trabalho, casa, tv, e cama. Ocasionalmente sexo. Buscou refugio num cd que não ouvia a muito tempo, LA Woman dos Doors, que grande disco e uma vez leu numa revista que era um cd de merda. Qualquer idiota diz qualquer coisa mesmo. Ouviu de cabo a rabo, botou outro. Outro dos Doors, desta vez Morrison Hotel, não era tão bom assim, mas tinha seus momentos. Será que a musica “the spy” era referencia ao romance de anäis nin, já não importava, não leria este livro. Já era meio dia fez o almoço, arroz, feijão e um bife, não era bom cozinheiro, mas estava aceitável. Comeu, sentou no sofá, e dormiu. Desta vez sonhou, sonhou com um lugar melhor, um lugar incrível, cheio de vida e perfeito para ir viver. Quando acordou ligou o gás do forno e se matou. Jonas nunca mais reviu o filme.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

é bunda na cabeça e cara de cú no fim


Todo fim de semana Gomide ia ao parque. Chegava logo cedo da manhã ,lá pelas 10 horas, com seu lanche e um livro. O sol raiava, o clima era ameno e sempre pegava o mesmo banco. O local era estratégico para ver as moças, mulheres e velhinhas caminhando, fazendo seus alongamentos e exercícios com suas roupas de lycra. Gomide era democrático ficava de olho em meninas dos 15 anos ate vovós de 75. Isso mesmo, Gomide era tarado, mas tarado por BUNDAS. Gomide desde que se entendia por gente ADORAVA uma BUNDA. Na adolescência os amigos dele ficavam falando “ olha os peitinhos da Mariazinha!” ou “será que Daise já tem pentelhos?”, Gomide não dizia nada, mas ele gostava mesmo de uma bunda, de todas as bundas, bunda redondinha, bunda caída, bunda com celulite, bunda grande, bunda pequena, bunda inexpressiva, bunda agressiva, enfim era um verdadeiro democrata a este respeito. E lá estava ele, no parque olhando aquelas bundas desfilarem na sua frente. As vezes ele olhava para seu livro, mas ele queria mesmo era ver aquelas maravilhas da natureza.
Foi quando uma menina de uns 17 anos pegou ele olhando fixo para sua imensa bunda, ela era uma menina pesada, uns 115 kg, não é a troco de nada que ela fazia muito exercício naquele parque. Vendo que Gomide a olhava, deu um leve sorriso, e seguiu em sua direção. Sentou ao lado dele e falou “ esta boa esta leitura?”. Ele ficou sem jeito e disse que estava ótima, ela puxou um pouco mais de papo, perguntou sobre o que era o livro. “há, sim é sobre uma...desculpe, mas qual é seu nome mesmo?” ele falou.Ela não respondeu, mas ela voltou a dar um sorriso, largo desta vez, e disse “ eu vi você olhando para minha bunda”, ele ficou vermelho da cabeça aos pés, queria se atirar num buraco se achasse um. “ não precisa ter vergonha, eu adoro que me olhem” ela disse, e completou “estou cansada, quer ir tomar uma refrigerante ali na barraquinha?”. E lá foram eles para a barraquinha, tomaram seus refrigerantes e ela disse “ vamos ate a minha casa é logo ali a diante, e te mostro uma coisa inesquecivel!”
A gordinha não tinha cara de gorda, tinha o rosto fino e bonito, pele bem branca e um perfume sensacional, chegando lá Gomide já estava louco de desejo, queria arrancar a roupa dela e agarrar aquela bunda gigante e perfumada. Foi quando viu que ela não estava sozinha, tinha um cara no chuveiro, quando ele saiu do banheiro ela falou “ hoje vamos realizar aquele sonho, meu amor!”. “ ah vai ser hoje então que vamos fazer um ménage a trois, é este cara? Por mim tudo bem..” quando o cara nem tinha acabado a frase Gomide já tinha batido o recorde de 1000 metros rasos, e desde aquele dia nunca mais ousou olhar para uma bunda.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

o isqueiro e o principe....


Era uma vez no reino encantado o príncipe, que estava mais para sapo que para príncipe, que passava o dia inteiro vendo tv e ouvindo radio, de cabelo preto desgrenhado, de cuecas sujas e as ombreiras da sua armadura . como não havia nenhuma bela adormecida loirinha, virgem para ele despertar com seu beijo, ficava o dia inteiro bebendo cerveja e de tra lá lá, sem muito para fazer. Um dia acordou ao meio dia com uma ressaca filha da puta, com um sol do cacete batendo na janela( ele sabia que devia botar um blackout na janela, mas puff), calor de 38 graus, todo suado precisando muito de um trago. Pegou o isqueiro e ouviu “ hey, seu filho da mãe, me solta!” deu um pulo para trás o coitado do príncipe,assustado, já que morava sozinho. Largou o isqueiro no chão, e ouviu de novo “ me junta, seu viado”. Passou as mãos nos olhos e olhou bem para o isqueiro, e falou “perdi um parafuso, estou ficando louco. Deve ser esta maldita bebida”. “que bebida o que seu mané, sou eu”, era seu isqueiro falando com ele. Passou as mãos nos olhos de novo e com vontade, como se não acreditasse, “calma” disse o isqueiro, “eu sou um gênio mágico, tipo o da lâmpada”. “ é mesmo, você é um gênio? Vou ter três desejos?”, falou o principe. “não,estou brincando, você realmente perdeu um parafuso, mas calma, não é nada que uma boa foda e um traguinho não cure.”
A cena era muito esquisita, o isqueiro roxo, que ele ganhou numa viagem a terra da fantasia( que era vizinha ao reino encantado) falando com ele. “olhe” disse o isqueiro, “eu tenho algo muito, muito importante para te dizer!”, o principe com uma cara de idiota total ficou olhando para o isqueiro falante, “ OK pode dizer, sou todo ouvidos”.o isqueiro em tom muito serio falou “ serio cara, olhe para você, não faz nada o dia inteiro, um dia lindo como hoje e você fica aqui ouvindo estes rocks e vendo T.V.vai para rua e tente achar alguém para você, de preferência alguém que te agüente mais que dez minutos. Você não é tão feio assim que não consiga uma mulher mais ou menos com tudo em ordem, ao menos uma com menos de 100 Kg.” “é” disse o príncipe, com ar de estar mentalmente desordenado, “uma gorda é um problema, comem demais e são muito pesadas”. “você é um imbecil, eu sou seu sub consciente te dando um alerta, você precisa de alguém ou vai começar a falar com a cafeteira, com as paredes, com seu travesseiro. Você esta ficando louco é hora de acordar para realidade, ache uma mulher para você e é para ontem isso.”
Neste momento toca a campainha “ só um minuto” ele diz ao isqueiro, e vai atender a porta. Era sua vizinha gostosona, ele diz “oi, tudo bem. O que você quer?”. “Ouvi você falando e vim ver com quem era, fiquei curiosa.” Disse ela. “eu estou... eu estava... bom esquece, você não entenderia. Só isso?”. Ela com ar de desapontada diz que sim e vai embora. Ele volta e olha para o isqueiro e diz “ ninguém me da bola, o que você quer que eu faça?”. O isqueiro com cara de irritado diz “ tu é o cara mais idiota do universo, a gente se fala na próxima vida”...