quarta-feira, 27 de agosto de 2008

detetive lesma e o estupro presumido.


Telefone toca às oito da manhã. Toca e toca, me tirando do sono de beleza. Nada que pode estar acontecendo esta hora da madrugada pode me interessar, viro para o lado e tento dormir de novo. Mas esta porra continua tocando. Vou ate o escrotorio, é assim que chamo meu escritório, por que só coisas ruins chegam lá. Pego o telefone e digo estupidamente:
- ALÔ, PORRA!
- lesma?
- SIM, MERDA, QUEM FALA?
- sou eu, Cidinha, por que esta gritando?
- ah,cidinha, desculpe. Mas ontem foi foda. Fiquei ate duas e pouco de olho nuns caras. E sabe como é isso, sempre vai uma bebidinha. Mas fale, coração, o que houve para ligar esta hora da madrugada?
- puxa, lesma, nem sei por onde começar. Minha irmã foi molestada ontem. Puxa, estou super chateada.
- a Carminha? Molestada? Me fala, cidinha, isso é serio.
- pode vir aqui, por favor?
- claro, mas tem ônibus esta hora da madrugada?
- ...
Ela desligou e nem respondeu. Tomei uma chuveirada rápida, bebi uma dose whisky para me recompor e fui para casa da cidinha. Quando cheguei lá estavam dona Magda e seu Carlos me esperando na porta. Entrei, Cidinha e Carminha estavam na sala vendo televisão. Dona Magda me trouxe um café. E seu Carlos foi logo falando:
- olha lesma, somos pobres mas temos dignidade. Trabalhei duro a vida toda, mandei minhas duas filhas para universidade. Isso é uma afronta!NAO VAI FICAR ASSIM!
Conheço pouco seu Carlos, mas quando ele se altera é por que é serio mesmo. Tomei o café que me serviram num só gole praticamente. E pedi para me explicarem o que tinha acontecido, o que dona Magda prontamente fez.
- meu filho, Carminha foi fazer uma entrevista de emprego. Ela é direita, não julgue-a mal, meu filho, por favor. – fiz sinal de positivo enquanto acendia um cigarro, e a senhora continuou – e este ricaço tentou...ai não sei explicar...cidinha, diga ao seu amigo o que houve, por favor...
- ele tentou comer Carminha a força, lesma. Foi isso que aquele velho tarado fez. Quero que você mate ele.
- Cidinha, - eu disse – calma, devagar. Me explica isso tin tin por tin tin...
- este dono da loja de ferragens Chaves, levou Carminha para o almoxarifado para mostrar o que ela tinha que fazer e ficou apertando ela contra a parede tentado comer ela. Lesma, ele é um homem horrível. Acaba com ele. Se você me ama.
- hm, sei quem é o Chaves. Acho que tive uma idéia. Ele gosta de uma bebidinha e vai no bar Eberson. vou resolver isso. Só tenho que providenciar umas coisas.
- meu filho, não mate ninguém, por favor. – disse dona Magda.
- pode deixar comigo, minha boa senhora. – eu disse.
Deixei passarem uns dias e não atendia os telefonemas de Cidinha, que queria um homicídio escandaloso. Mas isso definitivamente não faz meu gênero. Tinha outra idéia na cabeça. Na sexta fui ao bar do Eberson e lá estava o Chaves. Cumprimentei ele, que já conhecia de vista este velho e mandei Eberson pagar mais uma rodada para ele. Que acenou com mão. Cheguei perto e puxei um papo com o velho. Velho, devia ter uns cinqüenta e poucos, casado com uma jabiraca, dois filhos e um negocio prospero. Cheguei junto e disse:
- e ai Chavez, lembra de mim?
- sim, tu é o gurizinho que anda metido num lance de espionagem, não é?
-sempre tive uma queda para James Bond.
- ahahahaha tem que comer muito feijão ainda, menino.
- pois é e o feijão esta cada vez mais caro hoje em dia. Mas e ai, e o grêmio?
- vai ser campeão, já esta no papo este titulo.
Enquanto falávamos de futebol noto uma loira, escultural, sarada, peituda e com tudo em cima que já tinha visto pelo bairro entrar no bar. Não só eu notei como todos aqueles pés de cana. Era uma presença que contrastava com aquele ambiente de boteco.ficou olhando para mim e para o Chaves. O resto dos bêbados se fechou nos seus papos e copos. Fiz sinal para Eberson baixar uma cerveja para ela. Que ficou contente e ficou prestando atenção em mim.continuei com um olho no padre outro na missa. Este Chaves era mesmo um pé no saco. Não entende nada de futebol mas ficamos conversando. Quando a loira linda chega mais junto de nós e estica o ouvido para nossa conversa. Ah, Cidinha, desculpe eu te amo, mas não sou feito de cimento. Vou dar um trato nesta. Comecei a falar com Chaves sobre política, economia, ações,mercado de valores. Coisa de figurão, para impressionar a moça. Quando ela chega junto e pede um cigarro para quem? Para este velho pederasta do Chaves, que de repente me esquece totalmente no meio do bar e começa a rasgar o ouvido da loirinha linda. Fico puto da cara, e mais puto da cara quando ele depois de 30 minutos e conversa com a lindinha, chama Eberson e pede a para usar um dos quartos que ele tem nos fundos para este tipo de coisas entre outras, eu mesmo já morei num deles. E o velho leva a loira para lá. quando a coisa lá dentro começa a esquentar, chega cidinha com a Marisa, mulher do chaves e me pergunta:
- aonde ele esta?
- quarto sete, dobrando a corredor.- e nos vamos ate a porta.
Chegando lá uso a chave mestra de Eberson e abro com força a porta e todos vêem o velho pelado com a loira de calcinha e sutiã. A mulher dele tem um troço faz escândalo e berra todos impropérios conhecidos e alguns que nunca ouvi na vida e os dois saem porta afora, com o velho pederasta do chaves só de cuecas.olha para loira e digo:
- Luciana, valeu mesmo. Me quebrou um super galho. Fico te devendo mais uma.
- tudo bem, lesma. Este velho já tinha feito esta coisa antes com outras gurias. Era bem merecido. O prazer foi meu em te ajudar.
Voltei para meu escrotorio, com Carminha a tira colo e ai era minha vez de dar uns amassos em alguém. E depois pensando no que havia acontecido lembrei de uma frase de uma musica “parece que o mundo ficou doido, e eu fiquei de cara. Pede para parar só que não pára não.”hmm...vou ouvir este cd depois...

27/08/2008
11:04

sábado, 23 de agosto de 2008

bundinhas para que te quero.


Ando pela cidade e olho as bundas das mulheres.
Bundas lindas, redondas, formosas e suculentas,
De mulheres lindas, formosas e suculentas.
Com seus rostos com pele bem cuidada e dentes brancos
Como uma perola.
E imagino cada uma delas nua comigo.

Mulheres que nunca terei, mulheres que não me dariam um olhar
Nem se eu estivesse morrendo no meio da rua.
E elas seguem passando com seus lindos seios, suas xoxotas
E suas bundas que amo olhar.
Ficam desfilando para todos verem sua beleza,
Em calças de lycra ou jeans apertados.

Mas sigo sozinho, fumando meu marlboro e tomando meu chimarrão
Cada vez mais deprimido por que não tenho uma mulher.
Vejo estas esculturas gregas andando de braços dados com seus bundinhas;
Bundinhas que tiveram boa vida, estudaram em colégios caros
E tem seus carros, suas viagens, seus amigos
Para arranjarem boas bundas para casarem.

23/08/2008
21:34

domingo, 17 de agosto de 2008

eu também tenho a cueca carimbada.


Eu também tenho a cueca carimbada.

Escuto suas vozes do lado de fora:
“ele sempre bate à maquina ate tão
Tarde?”
“não, é bastante incomum.”
“ele não deveria bater a essa
Hora.”
“isso quase nunca acontece.”
“ele bebe?”
“acho que sim.”
“ontem ele foi ate a caixa
De correio só de cuecas.”
“eu também vi.”
“ele não tem amigos.”
“está velho.”
“não deveria bater a esta hora.”

Eles entram e começa
A chover enquanto
3 disparos soam a meia quadra
De distância e
Um dos arranha-céus no
Centro de L.A. começa
A arder
Em chamas de 8 metros que lambem a escuridão
Da noite.

Charles bukowski
Retirado do livro “o amor é um cão dos diabos”
Editora LP&M.

o lugar não parecia tão mau.


O lugar não parecia mau.

Ela tinha coxas colossais
E uma risada muito gostosa
Ria de qualquer coisa
E as cortinas eram amarelas
E eu gozei
E rolei para o lado
E antes que ela fosse ao banheiro
Puxou um pano de baixo
Da cama e me jogou.
Estava duro
Enrijecido pelo esperma de outros
Homens.
Limpei-me no lençol.

Ao retornar
Ela se curvou
E pude ver todo seu traseiro
Enquanto ela colocava um Mozart
Para tocar.

Charles Bukowski
Retirado do livro “o amor é um cão dos diabos”
Editora LP&M.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

realidade idealizada.



Coisas belas e sujas surgem,
Vivem aparecendo e sumindo todos
Dias. Deixam suas marcas e nos deixam
Marcados. Passam a fazer parte da nossa
Historia, causando um efeito, que no fim
Será avaliado o mérito de tudo.

Musicas.
Filmes.
Livros.
Arte.
Pessoas.
Dias passam.

Cada uma com um sentimento
Que fica conosco. Sentimentos que se
Renovam ou somem com o passar
De dias.
De horas.
De minutos.

Um momento,
Uma idéia,
Podem mudar o rumo de toda uma vida,
Saber escolher em qual delas
Embarcar, ter este discernimento do
Que vale ou não. É a sabedoria da vida.

Palavras,
Gestos,
Atitudes
Certos podem fazer um dia,
Um dia ruim, virar uma data
Comemorativa na vida de alguém.

O certo e o errado são conceitos
Muito particulares de noções pré-estabelecidas,
Mas guiam o modo de viver,
Então faça a sua escolha, e
Agüente os efeitos que a sua opção
Causa na sua vida e na dos outros.

12/08/2008
16:06

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

situação limite.


“JOGUE SUAS ARMAS A CASA ESTA CERCADA!” gritam do lado de fora.
“Daqui eu não saio nem morto”, pensa o sujeito e olha os reféns,
Quatro pessoas, cada uma com suas angustias que compartilham este cativeiro.
Uma senhora de idade se agarra ao rosário e se une ao seu Deus, e uma
Criança abraçada a mãe que chora em desespero olhando o homem armado
Andando feito louco pela sala. Se sentindo sem saída, sem esperança e sem solução.

A única luz dentro da casa é de uma televisão que esta passando o jornal
Que anuncia mais miséria, corrupção, tragédias mundo afora. Tudo
Muito longe. Mas o drama ali dentro é intenso, único e REAL demais para
Todos eles. O homem se agita, esta com a mente acelerada, sente a morto lhe
Mordendo os calcanhares. Hoje é seu dia. Dele não vai passar. Só com um milagre,
Mas nunca acreditou muito nisso. Começa o burburinho, é agora, vão invadir a casa.

Arrombam a porta, entram vários homens armados de metralhadoras automáticas.
Atiram em todos, no homem primeiro que cai sem disparar uma bala do seu revolver. Depois na mulher que grita em desespero sendo despedaçada pelas balas. A criança corre para o quarto mas é alvejada no meio do caminho. A velha senhora sentada numa poltrona é a ultima e morre segurando seu velho crucifixo. Os invasores verificam se não há mais ninguém. Não, não há. Saem felizes dizendo, mais um policial morto.

19:44
08/08/2008