segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Memento

Parados no momento da imagem
Mas o som segue seguindo em altos brados.
Felicidade se faz de tristezas podres
Para guardar aqueles sentimentos dobrados.

Cala a boca, porra. Silêncio e mais nada.
Agora somos fantasmas de uma outra vida.
Realidade distorcida multiplica sofridão.
Quem vai pagar para ver o furo da bala?

Aqui ninguém é santo, todos somos culpados.
De pecados inomináveis e abomináveis,
E fingir que tudo é comemoração parece o certo.
Tristes finais de contos de fadas ao contrario.

Fugir do reflexo e das reflexões,
Para onde a razão faça de tudo um por do sol.
Naquele fim de tarde de outubro
Com o “eu te amo” escrito no muro.
E ir para além das memórias, além das historias,
Incendiar a cidade como Nero, é o que eu quero e
Deixar tudo em cinzas, para fazer tudo morrer
Na saudade de um olhar esquecido para nunca mais ter.

Marcelo Riboni
17/08/2010
01:01hrs.

Um comentário:

Isadora Pitanga disse...

Senão o melhor um dos melhores poemas que você já escreveu. Você REALMENTE consegue (me) surpreender. Abraços, Isa Pitanga.