domingo, 5 de setembro de 2010

Lua da tarde de julho

Uma menina olhou pelo vidro do carro e sorriu para mim, acenei de volta com a mão e acelerei me perdendo nas faixas da auto estrada. Cada vez mais rápido, seguindo sem rumo em direção ao litoral. Era inverno e eu buscava somente paz, silencio e solidão. Levava comigo algumas cervejas, cigarros e uns livros. Dos livros eu dispensava, mas numa emergência, vai saber? Uma hora e meia depois estava abrindo minha casa de praia, o cheiro de casa fechada me acertou em cheio. Larguei uma mala de mão no chão com algumas roupas e levei as cervejas para a geladeira. Fui acendendo um cigarro e olhando em volta. Abri o sofá cama e deitei, acordei era noite. Tomei um banho e fui ver o que tinha para comer. Excelente, uma lata de sardinhas e mais nada. Abri a primeira cerveja junto com um cigarro. Voltei para o sofá e liguei meu ipod, coloquei um cd do theloniuns monk. Este cara era ótimo, e tinha transtorno obsessivo compulsivo que o fazia antes de cada show dar três voltas em torno do piano. E aquela mania maluca por chapéus. Quando estava acabando a cerveja peguei minha carteira na mala e dei a ultima tragada no cigarro. Fui ate onde o carro estava estacionado, entrei e dei a partida. Estava com fome, mês de julho na praia., será que teria algum restaurante aberto? Provavelmente, pensei. E segui ate a praia vizinha por uma estrada muito ruim.

Conforme as casas ai se tornando mais freqüentes, todas vazias, fui diminuindo a velocidade. Entrei no centro da cidade e estava tudo deserto. Circulei por uma quadras e parei na frente de um lugar que parecia servir comida e estava aberto as 11 horas da noite. Entrei e veio o dono, que estava ali junto com mais um ou outro bêbado inveterado., na minha direção. Perguntou “o que vai ser, amigo?” e respondi “uma Brahma bem geladinha, camarada.” Ele voltou para atrás do balcão para pegar a cerveja e um daqueles copos que eles mantém dentro da geladeira. Me trouxe a bebida e os fregueses me olharam e fiz um sinal de continência para eles. Rapidamente bebi a garrafa toda, o dono olhou lá de trás e eu disse “outra!!” e me levantei para ir pegar. Bebi umas três garrafas além da que tinha bebido em casa antes de sair. No sistema de som da lugar tocava um pagode horrível e chato para caralho. Me levantei e perguntei ao dono do lugar “camarada, aonde posso comer alguma coisa esta hora?” ele olhou para o relógio e fez “shhhh” me olhou nos olhos e disse “desce duas e lá vai ter um lugar, não é nada elaborado para esta hora. Ou pode tentar o cachorro quente da barraquinha perto da beira mar”. Sorri para ele e disse brincando “no hot dog my friend” e sai do bar. Fui ate meu carro e encontrei umas meninas encostadas nele conversando. Deviam ter uns 16 ou 17 anos. Todas bem arrumadas, claro para quem mora no litoral, mas mesmo assim estavam bem. Quando cheguei perto do carro gritei “XÔ! VAMOS ANDANDO MOÇAS” e elas começaram a fazer piadas para mim. Abri a porta e uma disse “ô tio, da uma carona para a gente. Estamos sem fazer nada, vamos tio” parei para refletir uns instantes. E abri a porta para elas estilo cavalheiro e as três, eu disse que eram três antes? Não? Pois as três entraram e gargalhando entre elas perguntaram “para aonde titio?” liguei o radio do carro num cd do Frank Sinatra e eu falei “comer meninas, comer” elas acharam graça e se puseram a rir todas em uníssono.

Cheguei no restaurante que o dono do bar havia indicado, era um lugar dos mais ralés que já havia visto e quando entrei com as meninas risonhas não ajudou muito a melhorar o aspecto. Chegou uma garçonete perto de mim e disse “pois não?” resposta “cerveja”. Ela deu meia volta e foi buscar a cerveja. As meninas rindo e se divertindo achando graça de tudo perguntaram “titio, paga uma cerveja para a gente, paga” e eu disse “que idade vocês tem mesmo?” e elas de novo em uníssono responderam “temos 18 titio” e quando a garçonete chegou deixei elas pedirem o que queriam. A garçonete fez cara feia e fui buscar mais duas garrafas para as meninas. Foi quando eu perguntei “qual é o nome de vocês, meninas, e o que estavam fazendo no meu carro?” a primeira, loirinha com os cabelos verdes de tanto cloro disse “ eu sou a Clarissa, esta aqui do lado é a Juliana e aquela ali é a Drica. E o que mais você quer saber mesmo?” ao que eu disse “não importa mesmo, vamos beber a saúde de quem?” nisso houve um pequeno bate boca entre elas, aparentemente Clarissa queria beber em homenagem aos estudantes, e as outras duas em homenagem ao dia aniversario de Juliana. Eu falei “vamos beber em homenagem as estudantes que estavam de aniversario” elas riram e começamos a beber em silencio. Nisso Drica se levantou e começou a dançar ao som de algum tipo de ruído indistinguível que estava tocando nas caixas de som que supostamente alguns chamam de musica e pegou a mão de Juliana e começaram a dançar coladinhas e de uma forma sensual. Fiquei olhando aquilo e baixando cervejas, depois de três garrafas e daquelas danças sugeri a Clarissa que convidasse as amigas para irmos comer um delicioso cachorro quente na barraquinha perto da praia. Se juntaram as três e marcharam em direção ao meu Fiat punto.chegamos na barraquinha e estava caindo uma chuvinha fininha, daquelas que gelam a alma. Comemos conversando eu a Clarissa, as outras duas estavam correndo pela areia da praia. Ela perguntou o que eu fazia e eu disse “não faço nada, achei que fazia mas não faço nada realmente” e ela riu e perguntou com a boca cheia que profissão eu tinha e eu disse “sou catador de papel, ok?” comemos nosso cachorro quente e quando chegamos perto das outras duas elas começaram a tirar a roupa para entrar no mar.


As duas entraram no mar só de calcinha e sutiã enquanto Clarissa me pedia para entrar que ela também queria tomar banho de mar. Nisso olhei para o relógio e vi que eram duas da manhã. Enquanto Clarissa ficava de calcinha eu tirava as minhas calças para me juntar as outras duas já dentro da água. Clarissa me pegou pela mão e quando chegamos perto vi que as duas estavam se beijando na boca dentro da água. Fomos para junto delas e nisso comecei a beijar a menina loirinha, que me retribuiu o beijo de forma intensa. As duas vieram para perto de nós e começamos a brincar ali mesmo, dentro da água. Clarissa pegou meu pau e começou a me masturbar dentro da água gelada do mar de inverno. Fomos sendo empurrados pelas ondas para fora do mar e deitamos todos na areia da beira rindo de tudo e nada. Drica me deu um puxão para não cair do empurrão que Juliana lhe deu e nisso caímos os dois. Deitado rindo feito idiota na areia molhada Clarissa começou a me chupar. E as duas em volta a se beijar. Juliana veio e me deu um beijo na boca enquanto estava passando as mãos na bunda de Drica e as duas sentaram do nosso lado e começaram a fazer sexo. Clarissa tirou sua calcinha encharcada e sentou em cima de mim e remexendo como uma enguia me beijando. Fizemos tudo que tinha para fazer ali mesmo e depois deitamos na areia molhada da chuva fininha que ainda caia. Todos em silencio. Estendi a mão e peguei no bolso da calça meu maço de cigarros, acendi três. Um para cada, mas Drica não fumava e ficamos todos deitados fumando. Passou um tempo e olhei para o relógio, eram 4 horas da manhã. Comecei a me levantar e me vestir e as meninas fizeram o mesmo em rindo e se empurrando. Entramos no carro e deixei elas aonde as havia encontrado, na frente daquele bar. Me despedi e Clarissa perguntou “como você se chama, ate agora não disse.” E eu respondi “Pedro” e ela disse “adeus Pedro” e bateu a porta. Comecei acelerando devagar e olhando elas pelo retrovisor. A medida que me distanciava acelerei mais. Quando cheguei em casa dormi direto. No dia seguinte acordei meio dia e fiz café, acendi um cigarro e abri um dos livros que havia trazido. Tropico de câncer que começava assim “Estou vivendo na Vila Borghese. Não há um resquício de sujeira em parte alguma, nem uma cadeira fora do lugar. Estamos completamente sozinhos aqui e estávamos mortos. Ontem á noite Boris descobriu que estava com chatos. Tive que raspar-lhe as axilas e mesmo depois disso a coceira não passou. Como alguém pode adquirir chatos num lugar bonito como este? Mas isso não tem importância. Talvez nunca nos tivéssemos conhecido tão intimamente, Boris e eu, se não fossem os chatos...”

Marcelo Riboni
05/09/2010
21:40hrs

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