sábado, 22 de maio de 2010

Lingua.

A poesia fria deitada nua de costas.
Fazendo provocações sobre questões
Morais e sentimentais e falando coisas
Cada vez mais acidas sobre a vida.
Olho de rabo de olho para as letras,
Todas expostas notando as sutilezas
E os significados complexos das vogais
E das consoantes todas dissonantes
Da versão romântica da nossa língua
Enrolada em línguas estrangeiras,
Todas dificultando a compreensão
Do que se passa no coração
Na alma e na cabeça de tudo que queremos
Dizer na realidade cada vez mais distorcida.

Língua mãe, língua madrasta dos iletrados
No verbo que quero conjugar. E dominar
Com todas as regras e todas as dimensões
Que as palavras alcançam, transformando
Elas em sensações e emoções para
Que tudo que se passa na alma do poeta
Tenha sua morada no reduto dos versos.
Em rima e prosa com tulipa, margarida e rosa
Para adocicar os lábios que falarão as palavras
Que nunca mais estarão no mesmo lugar.

09/05/2010
Marcelo Riboni
19:42hrs.

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