terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Poema para uma morta

Moça louca corre pelo corredor,
Ela esta sem camiseta e de calcinha rosa.
Desespero estampado na face sem pudor
Gritando que roubaram sua alma

Abro os olhos e vejo as horas,
Quatro e quarenta da manhã, acendo um cigarro
Fumo e volto a dormir.
Ignoro este terrível pesadelo.

A moça volta, esta com um roupão preto
E fuma um cigarro, com uma cara mais calma,
Olhando fixamente para meu .45
Do lado de um jornal que anuncia o fim do mundo.

Um barulho me desperta mas fico com olhos semi-serrados.
Vejo um vulto se mexendo pelo quarto
Acompanho ele ate entrar no banheiro.
Depois ouço uma voz feminina cantar “superbacana”.

Abro os olhos enquanto pego a arma,
Ponho no meio das pernas e solto a trava.
Garrafas de bebida vazia decoram este apartamento horrível.
Agora ela liga o chuveiro e entra no banho,
Sento encostado contra a parede e bebo o ultimo gole do Scotch
Junto com o ultimo cigarro do maço.
Fico olhando para porta esperando ela sair,
Ela sai do banheiro enrolada numa toalha vermelha.

Dou um disparo na sua barriga, ela vai para trás com o impacto,
O vermelho do sangue se confunde com o vermelho da toalha.
Dou outro tiro no tórax e ela cai de vez no chão.
Ponho a roupa devagar, olhando o corpo caído,
Desço as escadas e vejo o nascer do sol por entre os prédios.
Entro num bar e peço um maço de cigarros e uma garrafa de whisky,
Acendo mais um cigarro e caminho pela rua sem direção.
Toca o celular e o marido pergunta “feito?”; respondo que sim.

20:38
12/07/2008

Marcelo Riboni

Nenhum comentário: